Projeto Harpia registra novo filhote de gavião-real em reserva no Amazonas

Desde 2010, um dos ninhos vem sendo acompanhado na Reserva Ducke e, em 2012, este ninho foi o primeiro a receber a câmera-trap para monitoramento remoto.

Projeto Harpia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) registrou um novo filhote de gavião-real (Harpia harpyja) na Reserva Florestal Adolpho Ducke, localizada no quilômetro 26 da rodovia AM-010, sendo a base de pesquisa mais antiga do Instituto.

A pesquisadora do Inpa e coordenadora do Programa In Situ do Projeto Harpia, Tânia Sanaiotti, ressalta que só tem a celebrar com esse novo registro.

Sanaiotti diz, ainda, que haverá um concurso para escolher o nome do novo filhote.

Oficina do Projeto gavião-real na SNCT 2023. Foto: Valeria Nakashima/Acervo Inpa

O registro do novo filhote foi realizado pelo fotógrafo Carlos Tuyama e a professora Cristina Tuyama, que são membros da equipe do Projeto Harpia em Rondônia e por duas semanas visitaram as áreas em que estão os ninhos de gavião-real. Durante a visita foi instalado um novo sistema para monitoramento por câmeras-trap no dossel da floresta. 

Desde 2010, um dos ninhos de gavião-real, em uma árvore Angelim-pedra, vem sendo acompanhado na Reserva Ducke e em 2012, este ninho foi o primeiro a receber a câmera-trap para monitoramento remoto da reprodução de Harpia no Brasil. A tecnologia que permite o estudo da dieta e do comportamento reprodutivo do casal de forma bastante eficiente foi instalada durante o trabalho de doutorado de Francisca Helena Aguiar da Silva. 

Ao longo dos 14 anos de monitoramento, o casal produziu quatro filhotes com sucesso e dois filhotes foram marcados com equipamento de identificação, anilha do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (Cemave) e transmissor. O filhote de 2015 se dispersou, já o filhote de 2023 está sendo monitorado por satélite e ainda utiliza o ninho, que já ocupa uma área de quatro quilômetros quadrados (4Km²) da Reserva Ducke. 

Educação Ambiental

Oficina do Projeto Gavião-real nos 70 anos do Inpa. Foto: Mariana Tuesta/PCE/Inpa

O Projeto Harpia além de pesquisa e reabilitação dos animais, também tem atuação em capacitação e educação ambiental, organizando atividades educativas nas comunidades e participando de mostras de ciência e tecnologia. Para manter a tradição, o Projeto Harpia participou da comemoração dos 70 anos de instalação do Inpa. 

Sanaiotti relembra que o projeto sempre colabora com atividades de popularização científica, especificamente, nos eventos que acontecem no Bosque.

Sobre o Projeto Harpia

Carlos Tuyama e Cristina Tuyama em campo. Foto: Francisca Helena Aguiar da Silva//Projeto Harpia

Com o nome de “Programa de Conservação do Gavião-real” (PCGR), o projeto vinculado ao Inpa surgiu em 1997, após a descoberta de um ninho de gavião-real (Harpia harpyja) numa floresta próxima à região de Manaus. No ano de 1999 foram estabelecidas algumas metas para ampliar a identificação, mapeamento e monitoramento de ninhos. O objetivo era estudar a biologia dessa espécie na Amazônia Brasileira com a participação de voluntários dispostos a enfrentar o desafio de conservar esta ave de rapina.

Atualmente, o projeto conta com o apoio de pesquisadores parceiros, voluntários, estudantes e bolsistas para a realização da coleta de dados, projetos de educação ambiental e divulgação de informações no entorno de ninhos. Além disso, diversos ninhos de gavião-real são monitorados na Amazônia e Mata Atlântica. 

*Com informações do Inpa

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