Refúgio de Vida Silvestre é criado para proteção do sauim-de-coleira no Amazonas

O sauim-de-coleira é um pequeno primata em perigo crítico de extinção, último estágio antes de desaparecer para sempre do planeta.

Refúgio de Vida Silvestre. Esse é o nome da nova unidade de conservação federal que foi criada para a preservação do sauim-de-coleira (Saguinus bicolor), um primata em perigo crítico de extinção no Amazonas. O local vai construído em uma área aproximada de 15,3 mil hectares.

O objetivo da nova unidade é proteger áreas florestais relevantes para a conservação do sauim-de-coleira, favorecer a conectividade do seu habitat e promover práticas agrícolas compatíveis com a manutenção dessa espécie na natureza. Essa categoria de unidade de conservação (Revis) não impõe restrições ao domínio privado dentro de seus limites, conforme as regras do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC).

📲 Confira o canal do Portal Amazônia no WhatsApp

O sauim-de-coleira é um pequeno primata em perigo crítico de extinção, último estágio antes de desaparecer para sempre do planeta. Esta espécie só existe nos municípios de Manaus, Itacoatiara e Rio Preto da Eva, no estado do Amazonas. As florestas onde vive estão sendo destruídas por desmatamento e queimadas, deixando a espécie vulnerável a agressões, atropelamentos, eletrocussões e ataques de cães domésticos. A situação é tão grave que a espécie está entre os 25 primatas mais ameaçados do mundo, tanto nacionalmente quanto internacionalmente.

Vivendo em pequenas famílias, com 2 a 13 membros, o sauim-de-coleira desempenha um papel importante em seu habitat, pois se alimenta de frutos e insetos, sendo um ótimo dispersor de sementes e ajudando no controle de pragas.

Em 2011, o Instituto Chico Mendes criou o Plano de Ação Nacional para a Conservação do Sauim-de-Coleira, com o objetivo de promover a conservação da espécie e de seu habitat, implementando ações para reverter a tendência de declínio populacional. O plano está em seu segundo ciclo e deverá ser renovado ainda em 2024.

Processo de criação do Refúgio

As diretrizes de criação e gestão da nova unidade foram negociadas com órgãos públicos e a comunidade regional em audiência pública realizada em 30 de abril de 2024, em Itacoatiara – AM. Durante a audiência, técnicos do Instituto defenderam a importância da unidade na região e ouviram a opinião da comunidade local.

Segundo o Coordenador Geral de Criação e Planejamento de UCs do Instituto Chico Mendes, Carlos Felipe Abirached, “o papel do Incra foi fundamental nesse processo, pois a área estava sob responsabilidade do órgão”. A destinação das terras públicas para o Ministério do Meio Ambiente foi efetivada pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário e publicada no dia 5 de junho no Diário Oficial da União.

Ainda segundo o coordenador, a parceria do Incra na relação com os agricultores familiares e no estabelecimento de políticas públicas conjuntas para o território foi essencial. Para ele, a criação do Refúgio possibilita a regularização fundiária de áreas de agricultura familiar.

Confira o Decreto de Criação publicado no Diário Oficial da União na íntegra.

*Com informações do ICMBio

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Documentário ‘Manaus Extrema’ mostra detalhes sobre a seca do Rio Negro em 2023

Com um registro histórico das cenas da seca e da fumaça em pontos estratégicos da cidade, o documentário apresenta relatos de uma população afetada pelos efeitos das mudanças climáticas na região.

Leia também

Publicidade