Rede Wetscape visa proteger áreas úmidas em todo o território nacional

O principal aspecto inovador do INCT Rede de Paisagens Úmidas Brasileiras (Wetscape) é analisar de forma holística cada paisagem úmida componente da rede focando em estressores e mitigadores comuns a todas.

Áreas úmidas da Amazônia também fazem parte dos complexos de proteção. Foto: Miguel Monteiro/Instituto Mamirauá

O Brasil se destaca mundialmente por sua riqueza em recursos hídricos nos diferentes biomas e ao longo do sistema costeiro-marinho, que sustentam vastas paisagens úmidas (PUs) com centenas a milhares de quilômetros quadrados.

Esses complexos paisagísticos são formados por conjuntos de macro-hábitats, unidades funcionais interconectadas pela água ao longo de gradientes, que apresentam grande heterogeneidade em área, biodiversidade, serviços ecossistêmicos, vulnerabilidade e resiliência, o que tem fortes implicações para a gestão ambiental inclusiva e participativa.

O quadro de desproteção das PUs interiores e costeiras é alarmante, frente às crescentes ameaças da mudança climática e inúmeros impactos de origem humana, que causam desequilíbrio, perda de biodiversidade, serviços ecossistêmicos e vidas humanas e insegurança alimentar e hídrica, evidenciando a grave ausência de políticas públicas eficazes e consistentes para sua gestão. 

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O principal aspecto inovador do INCT Rede de Paisagens Úmidas Brasileiras (Wetscape), coordenado pelo pesquisador do INPA, Jochen Schöngart, é analisar de forma holística cada paisagem úmida componente da rede focando em estressores e mitigadores comuns a todas.

Para isso, será aplicada uma abordagem interdisciplinar que permitirá analisar padrões de resiliência das PUs a múltiplos estressores, como o aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos, fogo e presença de espécies exóticas de flora e fauna.

Das dezenas de PUs que ocorrem nos biomas e no sistema costeiro-marinho do Brasil, foram selecionadas sete PUs estratégicas para formar a rede interativa, a Restinga de Jurubatiba, o Complexo Estuarino de Paranaguá, o Taim, o Interflúvio Rio Negro-Rio Branco, as Áreas Alagáveis da Amazônia Central, o Araguaia/Ilha do Bananal e o Pantanal Matogrossense. O eixo das Áreas Alagáveis da Amazônia Central será coordenado por Ayan Fleischmann, pesquisador titular do Instituto Mamirauá.

Leia também: Zonas Úmidas: guardiãs do equilíbrio ecológico no Peru

Segundo Ayan, “é uma oportunidade muito interessante para integrar pesquisadores do Instituto Mamirauá a diversos outros pesquisadores que atuam na temática de áreas úmidas do Brasil. Vamos fazer uma integração do que se tem de informação ecológica com informações socioeconômicas para fazer o que estamos chamando de um zoneamento ecológico-econômico da paisagem úmida, algo que será importante para a manutenção da saúde dos ecossistemas amazônicos e das populações amazônidas”.

A rede científico-tecnológica deste Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia é formada por 76 pesquisadores de 26 instituições nacionais e internacionais de excelência em estudos de áreas úmidas. O instituto terá como objetivos principais a formação de recursos humanos, a divulgação científica, a internacionalização e a transferência de conhecimento para os setores público e social.

A missão do INCT Wetscape para os próximos cinco anos é gerar conhecimento e fomentar políticas públicas nacionais e internacionais inovadoras, despertar a conscientização ambiental da sociedade e apontar formas de uso parcimonioso das PUs pela sociedade. As ações serão inclusivas, com foco nas Populações Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais (PIQCTs), desenvolvendo estratégias colaborativas para a conservação da sociobiodiversidade.

*Com informações do Instituto Mamirauá

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