Projeto estuda técnicas de manejo da alface que se adapte ao solo nas condições climáticas da região Tocantina

Os objetivos são transferir a tecnologia para o manejo sustentável, difundir a técnica da solarização e estimar o tempo ideal nas condições climáticas da região

A alface é uma hortaliça de grande consumo e cultivo em todo o país, e na região Tocantina é cultivada, em grande parte, por agricultores familiares com baixo nível tecnológico e recursos financeiros. Durante seu cultivo, essa hortaliça está sujeita a doenças e pragas que reduzem a produção e/ou a qualidade das plantas. Um dos patógenos que provocam essas doenças são os fitonematoides, organismos vermiformes e microscópicos que habitam o solo e retiram das células dos vegetais, os nutrientes necessários para o seu desenvolvimento e reprodução, causando danos severos nas plantas hospedeiras.

Com o intuito de reduzir os danos provocados por fitonematoides na cultura da alface e minimizar o uso de defensivos químicos, é essencial utilizar diversas medidas de manejo sustentável, como por exemplo, a técnica de solarização do solo, baseada nos raios solares. Diante dessas circunstâncias foi elaborado e executado por alunos do curso de Engenharia Agronômica do Centro de Ciências Agrárias, o Projeto: “Difusão da técnica de solarização do solo para o manejo sustentável de fitonematoides na cultura da alface”.

Bolsista do projeto e famílias de agricultores fazem a colheita da produção de alfaces. Foto: equipe do projeto.

Os objetivos do projeto são transferir a tecnologia para o manejo sustentável de doenças de plantas, difundir a técnica da solarização e habilitar os agricultores para o manejo sustentável de fitonematoides na cultura da alface, estimar o tempo ideal da solarização do solo nas condições climáticas da região.

“Considerando a tradição de cultivo de alface na região Tocantina do Maranhão, a presença do patógeno nessas áreas de cultivo e as condições climáticas favoráveis à prática da solarização, o desenvolvimento do projeto se justifica pela necessidade de capacitar os agricultores de hortaliças com a difusão de técnicas de manejo sustentáveis e alternativas aos defensivos químicos para o manejo de fitonematoides. Essa técnica já é utilizada em outras regiões do Brasil e outros países, com recomendação de solarização do solo por 40 a 60 dias. Porém, com base nos resultados preliminares desse projeto é possível afirmar que na região Tocantina esse prazo pode ser reduzido para até 30 dias, com a mesma eficiência”, explicou o professor Leônidas. 

À esquerda, a técnica de solarização. À direita, a diferença do cultivo na área sem a utilização da técnica (com alfaces pequenas) e outra parte utilizando a solarização. Foto: equipe do projeto.

O experimento foi realizado na região do Cinturão verde, em Imperatriz, em uma área de cultivo de alface disponibilizada voluntariamente por um produtor. O canteiro é utilizado continuamente para o cultivo de hortaliças há vários anos consecutivos, e há presença de fitonematoides no solo.

O acadêmico Acássio Luis Sousa Soares, é bolsista do projeto. Ele falou sobre a importância da troca de experiências com a comunidade e a difusão de tecnologia para além da sala de aula. ” Tivemos muita interação com os produtores, levando a teoria para a prática no campo. Recebemos uma área infestada por fitonematoides no solo e conseguimos com nosso experimento reduzir essa população de fitonematoides e aumentar a produção da alface com baixo custo. Já estamos pensando em fazer novos projetos na área”.

Acássio Luis Sousa Soares, bolsista do projeto, pesa e avalia o experimento. A próxima etapa é analisar os dados em laboratório. Foto: equipe do projeto.

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