Parte do cotidiano de amazônidas, o consumo de peixes na região é mais que um hábito, é uma cultura alimentar. Ir na feira, escolher as melhores peças de pescado, consumir – seja frito, cozido, assado e até grelhado.
Nesse contexto, costuma-se falar bastante do pacu, não é mesmo? Mas você sabia que, na verdade, o pacu não é um peixe da Amazônia?
Então, qual o peixe pelo qual as pessoas se referem como “pacu” na região?
O “verdadeiro” pacu
Distribuído entre a Bacia do rio Prata, que fica localizada no na região sul da América do Sul, entre o Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina, o Piaractus mesopotamicus, nome científico para o pacu, pode chegar a pesar 25 kg.
A espécie é considerada uma das mais esportivas no Pantanal brasileiro – não da Amazônia – e de grande importância comercial.
E na Amazônia?
Na região amazônica, a espécie que é comumente chamada de pacu, na verdade, é a pirapitinga (Piaractus brachypomus). O significado de pirapitinga vem do tupi, antiga linguagem indígena brasileira, e quer dizer “peixe de casca branca”.
Apesar de serem do mesmo gênero, as espécies possuem características distintas.
“O nome comum ‘pacu’ é utilizado para diversas espécies de peixes arredondados, que pertencem a gêneros diferentes, mas o usual, quando falamos ‘pacu’, estamos nos referindo ao P. mesopotamicus”,
explica Giovanni Vitti Moro, pesquisador de Manejo e Conservação de Recursos Pesqueiros da Embrapa Pesca e Aquicultura.
Ele relata que, no geral, as espécies, Piaractus brachypomus e Piaractus mesopotamicus são parecidas em termos de biologia.
“A diferença é na parte morfológica. Pirapitinga é avermelhada e possui manchas escuras na parte inferior do corpo, enquanto que o pacu é amarelado e com um tom cinza único no corpo”,
pontua Giovanni.
Além disso, enquanto o pacu é um peixe onívoro, alimentando-se de frutas, matéria vegetal e pequenos peixes; a pirapitinga, da Amazônia, é herbívora, ou seja, se alimentam apenas de fonte vegetal.
E aí? Você já sabia dessa diferença?