Pesquisador do Inpa debate sobre mudança do ciclo hidrológico na Amazônia e o impacto nas populações ribeirinhas

O pesquisador Jochen Schöngart afirma que eventos extremos são influenciados por muitos fatores, a exemplo o aquecimento global.

O pesquisador afirma que eventos extremos são influenciados por muitos fatores, a exemplo o aquecimento global. Foto: Débora Vale

As mudanças climáticas na região amazônica têm influenciado o aumento significativo dos eventos extremos como secas e enchentes, que por sua vez tem afetado o ciclo hidrológico na Amazônia. É o que apontou o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Jochen Schöngart, durante a participação na 76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). Na mesa-redonda intitulada ‘A Hidrografia, os aquíferos, as secas e enchentes na Amazônia‘, o pesquisador afirmou que eventos extremos são influenciados por muitos fatores, a exemplo o aquecimento global. .

De acordo com Schöngart, tanto as populações da Amazônia quanto seus ecossistemas são afetados por esses eventos.

O ciclo hidrológico é o processo contínuo de circulação da água entre os diferentes ecossistemas da da natureza como a atmosfera, os oceanos, os rios, os lagos, as geleiras e os lençóis subterrâneos. A Amazônia é caracterizada por altos índices pluviométricos, com chuvas intensas ao longo do ano, principalmente durante a estação chuvosa entre dezembro e maio. A umidade excedente é absorvida pela vegetação, que realiza a evapotranspiração, ou seja, joga a  água para a atmosfera, formando nuvens e contribuindo para o regime de chuvas na região. 

Entretanto, o aumento das secas somado ao desmatamento tem resultado em impactos negativos no ciclo hidrológico local e regional. As mudanças no ciclo hidrológico na Amazônia têm gerado impactos significativos para as populações ribeirinhas da região, dentre esse impactos pode-se citar: a inundação de áreas habitadas; o nível dos rios que afetam a pesca, a agricultura e outras atividades tradicionais; saúde e segurança; e a perda de recursos naturais.

Jochen enfatiza que é crucial investir em educação, pesquisa e tecnologia para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.

Jochen é pesquisador titular da Coordenação de Pesquisas em Dinâmica Ambiental (Codam) do Inpa, membro e vice-coordenador do Grupo de Pesquisa Ecologia, Monitoramento e Uso Sustentável de Áreas Úmidas (Maua).  Atua também como membro do Comitê Científico do Programa de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (LBA/Inpa-MCTI) e faz parte do corpo docente dos Programas de Pós-Graduação em Ecologia, Botânica e Ciências de Florestas Tropicais, todos do Inpa.

Além de Schöngart, participaram da mesa o professor Ingo Daniel Wahnfried da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), o pesquisador Ayan Fleischmann do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM),  e como mediador,  Naziano Filizola, também da Ufam. 

Para acompanhar a mesa completa, clique aqui.

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