Pesquisa estuda realizar clones de plantas de café no Amazonas

Primeiros frutos de lavouras de café foram colhidos em Rondônia e começam a ser testados no estado do Amazonas

O projeto chamado “Seleção de clones de Coffea canephora para o estado do Amazonas” coordenado pela pesquisadora Maria Teresa Gomes Lopes e desenvolvido pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM) desenvolveram no estado de Rondônia, lavouras de café com o objetivo de fazer um estudo experimental com clones de planta da espécie Coffea canephora.

Os primeiros frutos foram colhidos e encaminhados para o Amazonas para serem testados. Com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) os pesquisadores estão avaliando o desempenho agronômico de 15 genótipos clonais (‘Conilon’ x ‘Robusta’), nas condições de solo e clima do Amazonas, em três unidades experimentais instaladas nos municípios de Manaus, Itacoatiara e Humaitá.

Para o pesquisador do projeto, Hugo Tadeu, o estudo deve favorecer o crescimento da cadeia produtiva do café, com ênfase no fortalecimento da agricultura familiar no Amazonas, visando gerar renda para os agricultores e, desenvolvimento para o agronegócio cafeeiro no Estado.

“A indústria de café instalada no Amazonas, uma das maiores do Brasil, importa toda a matéria-prima, utilizada em suas produções, de cafeicultores de outros estados do Brasil. Nós poderíamos produzir esses insumos no Estado através de transferência de tecnologia e conhecimento, para o produtor rural e, com isso, fornecer o produto às fábricas, por meio de agricultores do Amazonas”, disse.

Foto: Reprodução / Érico Xavier

Em Manaus, o plantio da cultura está instalado na Fazenda Experimental da Ufam (FAEXP) e ocupa uma área ¼ de ha, com 640 mudas de cafés plantadas, para avaliação do desempenho agronômico dos Robustas Amazônicos, oriundos do Programa de Melhoramento de C. canephora da Embrapa Rondônia.

A estimativa dos pesquisadores é colher, aproximadamente, 60 sacas de grãos por hectare em média, na primeira safra comercial e, com expectativa que a saca de 60Kg de café beneficiado seja comercializada com valor em torno de R$ 480.

A partir do primeiro ciclo de produção serão avaliadas 16 características do café cultivado, entre elas: ciclo (número de dias do florescimento principal da planta à colheita); produtividade média de grãos (em quilogramas por hectare, com 12% de umidade); relação do café cereja (natural) e café beneficiado; percentuais de grãos chatos e moca, tamanho de grãos (pelo método de peneira – avaliando as peneiras), uniformidade de maturação e qualidade de bebida.

O estudo deve analisar, ainda, a resistência ou tolerância da espécie às principais doenças e insetos-pragas que atacam o cafeeiro. Com isso, a pesquisa apontará as cultivares que possuam frutos com boas características. 

“Nós queremos avaliar as características desse café para buscar grãos que tenham maior teor de cafeína e sólidos solúveis e que atendam a demanda da indústria de solúveis e estimulantes. Também pretendemos realizar testes sensoriais para avaliar quais clones apresentam maior potencial para a produção de cafés especiais e, assim, poder melhorar a qualidade do produto final do nosso cafezinho de todos os dias”, explicou Hugo Tadeu.

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