Foto: Divulgação/FAS
Entre os dias 26 de setembro e 9 de outubro, a primeira missão da nova fase do Projeto ‘Árvores Gigantes para uma Nova Era – Fase II’ marcou o início do ciclo de implantação do Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia. A expedição técnica teve múltiplos objetivos, com maior ênfase para a implantação da infraestrutura e da base operacional do Parque, com levantamentos de informações sobre o ambiente, logística e socioeconomia local que subsidiarão o planejamento operacional das demais atividades de gestão e uso público da unidade de conservação.
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A ação representa a primeira etapa de campo da fase de implantação do Parque e reuniu equipes da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio), da Vonát Consultoria e Treinamentos e da Cooperativa de Ecoturismo do Vale do Jari (Coopetu Jari), com o apoio do Andes Amazon Fund (AAF).
O grupo percorreu estradas de terra, rios, trilhas e comunidades para adentrar ao Parque, localizado no Pará, para definir a área de instalação da base operacional do Parque, que contará com recepção, alojamentos, cozinha, escritório, trapiche e sistemas de energia fotovoltaica de captação de água, além de áreas de apoio logístico.
A jornada envolveu uma complexa logística fluvial e terrestre, totalizando mais de 200 quilômetros de deslocamento até o interior do Parque, passando por corredeiras, cachoeiras e áreas de difícil acesso. O reconhecimento do território permitiu identificar rotas seguras, pontos de risco e áreas de grande beleza cênica, reforçando o potencial do Parque para o ecoturismo, turismo de aventura e observação da natureza, com foco na geração de renda local e no fortalecimento de práticas sustentáveis.
Durante a expedição, foram realizadas avaliações das condições ambientais e climáticas da região, mapeamento de trilhas, áreas sensíveis e potenciais atrativos turísticos. A equipe também identificou árvores vivas e caídas que poderão ser aproveitadas de forma sustentável na construção da infraestrutura.
As atividades incluíram uma oficina e visitas técnicas nas comunidades de São Francisco do Iratapuru, Cachoeira Santo Antônio, São José e Padaria, voltadas à sensibilização e capacitação de operadores de turismo e condutores locais em temas como Competências Mínimas para Condutores e Gestão de Riscos. Questionários socioeconômicos preliminarmente aplicados junto às lideranças subsidiarão as atividades de formação do Conselho Gestor e a elaboração do Plano de Gestão do Parque, que abordará uma metodologia participativa com as comunidades locais.
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O presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, ressalta que o Parque Estadual das Árvores Gigantes da Amazônia simboliza o compromisso do Governo do Pará com uma política ambiental moderna, que alia ciência, conservação e desenvolvimento sustentável.
“Esta nova fase de implantação representa muito mais do que a construção de uma base operacional — é o início de uma jornada para transformar um patrimônio natural único em um espaço de conhecimento, turismo responsável e geração de oportunidades para as comunidades locais. O Ideflor-Bio, em parceria com instituições que compartilham dessa visão, reafirma seu papel de guardião das florestas e promotor de um modelo de gestão que valoriza a Amazônia e o povo que nela vive”, frisou.
Para Juliane Menezes, coordenadora de Projetos do Programa de Políticas Públicas, Clima e Conservação da FAS, a missão representa um marco operacional na consolidação do Parque.
“A primeira fase do projeto foi dedicada à descoberta e à criação do Parque. Agora, iniciamos uma etapa de execução, com foco na implantação de infraestrutura e no fortalecimento do protagonismo comunitário. Essa missão foi fundamental para planejar as atividades de forma integrada às partes interessadas, conciliando conservação ambiental, pesquisa científica e geração de oportunidades para as populações locais”, destacou.

O gerente da Região Administrativa de Belém do Ideflor-Bio e presidente da Rede Brasileira de Trilhas, Júlio Meyer, esteve na expedição e afirmou que o lugar é um santuário e deve ser tratado como tal.
“Parque é uma categoria de unidade de conservação que tem como um de seus propósitos a visitação. Estamos estudando a forma mais segura e com experiências mais imersivas para que as pessoas conheçam o santuário de árvores gigantes que existe dentro do parque, além de uma riquíssima natureza e cultura em todo o seu território. São comunidades tradicionais, biodiversidade abundante em uma paisagem selvagem que possibilita que tenhamos um produto turístico de competitividade internacional. A estruturação de uma base vai contribuir com a proteção do local, além de ser fundamental para o desenvolvimento de pesquisas e para o turismo de natureza”, enfatizou.
Com o encerramento da missão, os próximos passos incluem a contratação de empresas especializadas para a construção da infraestrutura operacional e o manejo de trilhas, além da continuidade das capacitações e mentorias com operadores de turismo locais.
Também estão previstas novas visitas ao território para apoiar a formação do Conselho Gestor e a realização de oficinas participativas para a co-criação do Plano de Gestão, que definirá as diretrizes de gestão, conservação e uso público do Parque.
Árvores Gigantes para uma nova era
O Parque Estadual Ambiental das Árvores Gigantes da Amazônia, criado em setembro de 2024 no município de Almeirim (PA), protege cerca de 560 mil hectares de floresta e abriga algumas das maiores árvores já registradas no Brasil.
Entre elas, está o angelim-vermelho (Dinizia excelsa Ducke), com 88,5 metros de altura, aproximadamente 400 anos de idade e reconhecido como a maior árvore da América Latina. Expedições científicas identificaram ainda dezenas de outras árvores gigantes, consolidando a região como um patrimônio ecológico único.
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O Projeto Árvores Gigantes para uma Nova Era – Fase II busca consolidar o Parque com infraestrutura, Plano de Gestão, pesquisa e turismo sustentável. A iniciativa de conservação é liderada pelo Governo do Estado do Pará, por meio do Ideflor-Bio, em parceria com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e com financiamento do Andes Amazon Fund (AAF).
*Com informações da FAS
