É a pior seca do município amazonense em 55 anos de medição do Rio Solimões na cidade.
O Rio Solimões registra o nível mais baixo em 55 anos, em Manacapuru, no Amazonas. A cidade é a segunda do Estado a registrar uma seca recorde. Na segunda-feira (16), o Rio Negro chegou ao pior nível em 121, em Manaus.
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Em Manacapuru, as águas barrentas do Baixo Solimões ultrapassaram o recorde de 2010, na terça-feira (17), quando o rio baixou para 3,81 metros.
O Serviço Geólogico Brasileiro (SGB), antigo CPRM, divulgou as informações nesta quarta-feira (18), data em que o rio desceu mais 9 cm. Agora, a cota está em 3,70 metros.
Segundo o SGB, esta é a pior seca de Manacapuru em 55 anos de medição, já que o nível do Rio Solimões começou a ser monitorado na cidade em 1968. Na época, a medição era feita pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico, e a partir de 1969 passou para o SGB.
Até então, o município tinha registrado a pior seca em 2010, ano em que o Rio Solimões desceu para até 3,92 metros, na orla da cidade.
Rio Solimões
O Rio Solimões é uma das principais bacias do Amazonas e banha 24 cidades do Estado. Todas elas estão em situação de emergência por causa da seca histórica de 2023, segundo a Defesa Civil do Amazonas.
No Amazonas, ele é separado em Baixo, Médio e Alto Solimões. A partir do Encontro das Águas, em Manaus, junto com o Rio Negro, o Rio Solimões forma o Rio Amazonas.
Em Tabatinga, a cidade localizada no Alto Solimões, o rio está -0.50. As águas no local ficam próximo da nascente do Solimões, situada no Peru, pois a cidade do Amazonas faz fronteira com o país vizinho.
Com a proximidade da nascente, o rio na região já começou a apresentar indícios de subida. O menor número que registrou nesta seca foi de -75 cm, na segunda-feira (16).
A subida pode refletir em outras regiões, inclusive no Rio Negro, rio que recebe 70% de água do Solimões, e registrou a pior seca em 121 anos. No entanto, a pesquisadora do SGB, Jussara Cury, disse que os reflexos só serão sentidos em novembro.
*Por Bianca Fatim, com a colaboração de Adauto Silva