Foto: Divulgação/Governo do Tocantins
O dia 22 de dezembro foi marcado pelo desabamento da Ponte Juscelino Kubitschek de Oliveira, situada sobre o rio Tocantins entre os municípios de Aguiarnópolis (TO) e Estreito (MA). Além de afetar a infraestrutura e a mobilidade da região, o incidente resultou na queda de três caminhões no rio, incluindo cargas perigosas como 22 mil litros de defensivos agrícolas e 76 toneladas de ácido sulfúrico, um produto químico altamente corrosivo.
Diante da gravidade da situação, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) expressou solidariedade às famílias das vítimas e iniciou um trabalho conjunto com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais do Maranhão (SEMA/MA) para avaliar os impactos ambientais. O principal foco das ações tem sido o monitoramento da qualidade da água no rio Tocantins, com a coleta de amostras em cinco pontos, desde a barragem da usina hidrelétrica de Estreito até o município de Imperatriz, localizado a jusante do ponto do desastre.
Equipes da SEMA/MA deslocaram-se ao local do desabamento para realizar coletas e verificar parâmetros básicos de qualidade da água. A ANA também solicitou o apoio da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB/SP), uma referência em análises de qualidade da água no país, para avaliar parâmetros mais complexos relacionados ao derramamento de substâncias tóxicas.
Desde a notícia do desastre, os gestores da ANA têm promovido a comunicação com os usuários de recursos hídricos da região, onde existem mais de 150 outorgas que podem ser impactadas. A Agência também realizou o cálculo do tempo de chegada da água contaminada a diferentes municípios, compartilhando essas informações com órgãos federais e estaduais para orientar ações preventivas.
Prevenção e Orientações
Em medida de precaução, o governo do Maranhão orientou a suspensão da captação de água para abastecimento público nos municípios banhados pelo rio Tocantins a jusante do acidente. Essa orientação permanecerá até que as análises determinem que a pluma de contaminantes não apresenta riscos ao consumo humano.
O desastre afeta diretamente 19 municípios localizados a jusante do ponto do desabamento até a confluência do rio Tocantins com o rio Araguaia.
Destes, 11 estão em Tocantins:
- Aguiarnópolis,
- Carrasco Bonito,
- Cidelândia,
- Esperantina,
- Itaguatins,
- Maurilândia do Tocantins,
- Praia Norte,
- Sampaio,
- São Miguel do Tocantins,
- São Sebastião do Tocantins
- e Tocantinópolis.
E oito no Maranhão:
- Campestre do Maranhão,
- Estreito,
- Governador Edison Lobão,
- Imperatriz,
- Porto Franco,
- Ribamar Fiquene,
- São Pedro da Água Branca
- e Vila Nova dos Martírios.
Próximos Passos
A ANA segue trabalhando de forma integrada com órgãos estaduais e federais. Uma reunião realizada na segunda-feira, 23, contou com a participação da Defesa Civil e outras instituições para compartilhar informações sobre o monitoramento e as medidas de resposta.
Embora o impacto humano e ambiental ainda esteja sendo avaliado, as autoridades reafirmam seu compromisso com a transparência e a segurança da população. Mais informações serão divulgadas à medida que os dados das análises forem concluídos.
Rio Tocantins
Com aproximadamente 2400km de extensão, o rio Tocantins é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro, ficando atrás somente dos cerca de 2800km do rio São Francisco. O Tocantins nasce entre os municípios goianos de Ouro Verde de Goiás e Petrolina de Goiás. Ele também atravessa Tocantins, Maranhão e tem sua foz no Pará perto da capital Belém.
O rio pode ser chamado de Tocantins-Araguaia por se encontrar com o rio Araguaia entre Tocantins e Pará. Os dois cursos d’água também dão nome à Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, que é a maior do Brasil em área de drenagem 100% em território nacional. Por serem rios interestaduais, a gestão e regulação das águas do Tocantins e do Araguaia é de responsabilidade da ANA.
*Com informações da ANA