O instituto ambiental resistiu à visão de curto prazo e fez prevalecer a avaliação técnica que alertou sobre os perigos de destruição do sistema de recife único no mundo.
No parecer foi dito que qualquer exploração deve ser feita com cuidado, já que os corais ainda são um mistério para a ciência.
Localizado na foz do rio Amazonas, o bioma é lar de diversas espécies de peixes e plantas ameaçados de extinção. Cientistas ainda suspeitam que hajam também inúmeras espécies que ainda nem foram catalogadas.
Desde 2015, a Total tenta conseguir a licença ambiental para explorar petróleo na região. Três versões do estudo de impacto ambiental já haviam sido apresentadas ao Ibama, mas todas tinham baixa qualidade e grande número de inconsistências, segundo o instituto.
Ao longo desses dois anos, a empresa petrolífera recebeu pedidos de correção, apresentou outros documentos e ainda assim recebeu uma resposta negativa.
Após analisar a versão mais recente da proposta, o Ibama afirma que, apesar das oportunidades de revisão dadas à empresa, diversos itens apresentados são inaptos ou têm informações pendentes. Acrescenta que, dessa forma, a emissão de licença para perfuração e exploração de petróleo não é possível.
Entre os pontos falhos estão dados sobre os impactos da atividade sobre a biodiversidade marinha, falhas na modelagem da dispersão de óleo em caso de derramamento e problemas nos projetos de monitoramento ambiental.
Procurada, a Total não respondeu aos questionamentos da reportagem.
Outra empresa britânica, a BP, também tem planos de explorar a região, em 2018. O pedido de licença está agora na fase de audiências públicas.*Deixe o Portal Amazônia com a sua cara. Clique aqui e participe.