Terra Indígena Yanomami recebe suporte logístico da Funai para monitoramento ambiental

O monitoramento acontece desde novembro de 2023 para verificar a qualidade da água, sedimento e pescado na Terra Indígena Yanomami e no Alto Amazonas.

A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) atua no suporte logístico para as atividades do Projeto Rede de Monitoramento Ambiental no Território Indígena Yanomami (TIY) e Alto Amazonas. O projeto é a maior iniciativa do Governo Federal de monitoramento ambiental na TIY e coordenado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

O monitoramento acontece desde novembro de 2023 para verificar a qualidade da água, sedimento e pescado na Terra Indígena Yanomami e no Alto Amazonas. O objetivo é possibilitar ações de recuperação ambiental, garantia da segurança alimentar e continuidade da geração de conhecimento sobre o território.

Saiba mais: Conheça os Yanomami: povos indígenas que vivem isolados na Floresta Amazônica

O projeto foi criado em atendimento a uma demanda de ação conjunta de diversas instituições desde a instauração da emergência causada pelos garimpos ilegais na região. O Ibama elaborou o projeto e promoveu a articulação da parceria com a Funai, a Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) do Ministério da Saúde (MS), o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), o Ministério dos Povos Indígenas (MPI), o Centro de Tecnologia Mineral (Cetem) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Monitoramento

A coleta de amostras de água, sedimentos e pescado dos rios e cursos d’água do território indígena é realizada mensalmente em 26 pontos, com foco nas áreas mais afetadas pelos garimpos. A atividade também cobre 15 pontos nas Unidades de Conservação adjacentes: Estação Ecológica (Esec) de Maracá, Floresta Nacional (Flona) de Roraima, Esec Niquiá e Parque Nacional Serra da Mocidade.

Pesquisadores do Cetem deslocam-se via aérea, com suporte logístico da Funai, até os pontos de coleta na TI Yanomami. Dentro das Unidades de Conservação, a logística é realizada pelo ICMBio. 

As amostras coletadas são enviadas para análises laboratoriais. São elas que devem apontar a potabilidade da água, a contaminação da área por substâncias derivadas do garimpo, como o mercúrio, e a eventual contaminação do pescado da região. 

Segundo o Ibama, o conhecimento gerado a partir dessas informações vai possibilitar a adoção de medidas preventivas ou de reparação a serem implementadas nas áreas afetadas. E, com isso, melhorar a qualidade de vida dos povos do território e do meio ambiente daquela região.

A expectativa é que nesta primeira etapa sejam concluídos três ciclos de coletas em cada ponto amostral, com continuidade da ação por pelo menos mais dois anos.

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Efeitos do mercúrio

Utilizado na extração de ouro, o mercúrio, quando aplicado de forma indiscriminada e sem a devida licença dos órgãos competentes na atividade de garimpo, pode provocar efeitos sobre o sistema nervoso central, resultando em doenças neurológicas. Também pode afetar a gestação, com consequências para o feto, ou durante a amamentação, ao ser ingerido pelo recém-nascido. Na natureza, a contaminação pelo metal pode afetar o comportamento dos animais e sua capacidade reprodutiva, causando declínio das populações e perda de biodiversidade.

*Com informações da Funai

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