Pesquisa identifica espécies resilientes para restauração ecológica na Amazônia

Resultados dos estudos realizados em Mato Grosso impactam diretamente na estratégia de restauração da floresta.

Região da Amazônia em Mato Grosso. Foto: Marcos Vergueiro

Estudos envolvendo pesquisadores de diversas instituições acadêmicas buscou integrar o conhecimento tradicional dos coletores de sementes da Amazônia com o conhecimento científico para promover a restauração ecológica da região, identificando as espécies vegetais mais adaptadas às mudanças climáticas previstas para as próximas décadas.

O projeto faz parte da iniciativa do Amazônia +10, que apoia projetos de pesquisa voltados à conservação da biodiversidade e adaptação às mudanças climáticas. Em Mato Grosso, o programa é fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), com parcerias nacional e internacional.

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O projeto se concentrou na Rede de Sementes do Portal da Amazônia (RSPA), investigando quais espécies utilizadas na restauração florestal são mais promissoras para o futuro. Para isso foram construídos modelos de distribuição de espécies permitindo verificar sua   adequabilidade ambiental em diferentes cenários climáticos, onde  foram analisados  a  caracterização  biométrica, atributos anatômicos, fisiológicos e ecológicos  das espécies para identificar aquelas com maior resiliência.

Os resultados dos estudos impactam diretamente na estratégia de restauração da floresta, fornecendo subsídios para a escolha eficiente de espécies e otimizando o processo de recomposição vegetal. Foram atualizados o mapeamento das matrizes de coleta, garantindo uma cadeia de produção de sementes mais eficiente e adaptada ao novo cenário climático.

 “A equipe de pesquisadores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), desempenhou o papel central nas partes fundamentais da execução do projeto, colaborando na modelagem da distribuição das espécies e na disseminação dos resultados por meio da plataforma WebAmbiente. Paralelamente a equipe do Rio de Janeiro, da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF) realizou os estudos morfoanatômicos e fisiológicos das espécies, enquanto a equipe do Distrito Federal, da Universidade de Brasília (UnB) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), investigaram técnicas de restauração ecológica, com ênfase na semeadura direta”, destacou o coordenador, professor doutor Pedro Vasconcellos Eisenlohr, da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat)

A integração entre cientistas e coletores de sementes foi um diferencial do projeto. Foram promovidas palestras e rodas de conversa para validar e compartilhar o conhecimento gerado. Como produto final, cartilhas foram desenvolvidas para facilitar o acesso às informações sobre as espécies mais indicadas para a restauração ecológica da região.

“Esperamos que os resultados da pesquisa contribuam significativamente para a preservação da Amazônia, tornando-se uma referência na seleção de espécies resilientes e na formulação de políticas ambientais voltadas à restauração florestal”, enfatizou Eisenlohr.

*Com informações da Fapemat

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