Equipe brasileira é premiada na competição internacional Xprize Rainforest

O grupo, formado por pesquisadores de diversas instituições do país, ficou em terceiro lugar e levará US$ 500 mil.

Foto: Reprodução/Revista Pesquisa Fapesp

A Brazilian Team, equipe formada por pesquisadores de diversas instituições científicas do país, receberá US$ 500 mil pelo terceiro lugar na competição internacional Xprize Rainforest, que teve sua etapa final realizada em julho nas proximidades de Manaus (AM). O desafio era realizar um levantamento da biodiversidade de 100 hectares (ha) de uma porção da floresta amazônica em 24 horas, usando equipamentos de coleta remota, e analisar os dados nas 48 horas seguintes.

O grupo brasileiro disputou a final com mais cinco equipes – três dos Estados Unidos, uma da Espanha e outra da Suíça. Duas equipes norte-americanas levaram o primeiro e o segundo lugares: a Limelight Rainforest e a Map of Life, que vão receber US$ 5 milhões e US$ 2 milhões, respectivamente. A equipe suíça ETH BiodivX recebeu um prêmio bônus de US$ 250 mil do painel de jurados da competição por seu desempenho na coleta de dados. Juntas, as seis equipes finalistas identificaram mais de 800 espécies e 80 milhões de sequências de DNA ambiental.

Para disputar a final, a equipe brasileira, formada pelos subgrupos de bioacústica, robótica, sensoriamento remoto, DNA, biodiversidade e insights (responsável por analisar o conjunto de dados coletados e sugerir hipóteses e conclusões), aprimorou e desenvolveu equipamentos de baixo custo. Entre eles estão um carrinho-robô com câmeras, gravadores e perfurador de solo acoplados, drones que carregam equipamentos em uma redoma de acrílico e ganharam garras e uma serra para cortar galhos, e um laboratório móvel de análises genéticas.

O Brazilian Team documentou 418 grupos taxonômicos de plantas e de animais durante a final, dos quais 266 tiveram suas espécies identificadas. Três delas podem ser espécies novas.

Segundo material de divulgação oficial do Xprize, a equipe brasileira foi premiada por sua “capacidade de desenvolver tecnologias e protocolos para o estudo acessível, rápido e replicável da biodiversidade, projetados para ser facilmente manuseados por profissionais não especializados”.

De acordo com Dena, a equipe pretende usar os recursos do prêmio para continuar desenvolvendo as técnicas e os aparelhos utilizados em pesquisas, a serem realizadas também na Mata Atlântica. “Estamos trabalhando agora em uma série de artigos científicos sobre nossas metodologias e análise dos dados coletados, que estavam embargados por conta da competição”, complementa a bióloga.

Durante a final, as equipes subiram registros de imagens e dados de bioacústica na plataforma iNaturalist.

*O conteúdo foi originalmente publicado pela Revista Pesquisa Fapesp, escrito por Sarah Schmidt

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