Entenda como a seca afeta o abastecimento de combustível em Rondônia

O trajeto, que dura, em média, de 7 a 8 dias de balsa, passa a ser de 18 a 20 dias devido a proibição de navegação noturna durante o período de estiagem.

A seca antecipada do rio Madeira, além de colocar Porto Velho em emergência, tem dificultado a navegação e, consequentemente, o escoamento de produtos: o que pode aumentar o preço do combustível no estado, segundo informações do Sindicato dos Petroleiros de Rondônia (Sindipetro).

Há quase dois meses, a Capitania Fluvial da Marinha do Brasil proibiu a navegação noturna no Madeira no trecho entre a capital rondoniense a Novo Aripuanã (AM), por prazo indeterminado. Além disso, a carga das embarcações precisam ser reduzidas pela metade durante o período de estiagem.

Atualmente, o transporte de combustível é realizado de forma fluvial pelo rio Madeira: a saída acontece das cidades de Itacoatiara ou Manaus (AM) e Porto Velho (RO). O trajeto, que dura, em média, de 7 a 8 dias de balsa, passa a ser de 18 a 20 dias devido á proibição de navegação noturna durante o período de estiagem.

Caso a seca dos rios se intensifique, a carga passará a ser enviada por outras alternativas, como rodovias: um trajeto de mais de 2.400 quilômetros (km), conforme informações do presidente.

Conforme o Sindipetro, essa mudança na logística deve aumentar o valor do combustível para os revendedores (postos de gasolina), devido aos custos mais elevados do transporte rodoviário.

“O aumento será no custo de frente para trazer o combustível. Porque o frete é alto e isso impactará no preço final que chega para o consumidor. Não vai faltar combustível, mas pode acontecer de ter restrições de venda e consequentemente, os postos podem aumentar o preço.”, explica Eduardo.

Foto: Edson Gabriel

Seca antecipada

Há menos de um ano da seca histórica que deixou milhares de ribeirinhos sem água e paralisou operações de uma das maiores hidrelétricas do Brasil, o rio Madeira entrou em “situação crítica” até 30 de novembro, de acordo com um decreto emitido pela Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA).

A escassez dos recursos hídricos foi reconhecida pela ANA por causa da redução na vazão dos rios e no nível de chuvas na região Norte, em relação à média histórica para o período do ano.

Especialistas acreditam que os meses de agosto e setembro poderão apresentar o ápice da estiagem em 2024. Desde o início de junho, o nível do Madeira tem diminuído na capital, segundo dados do Serviço Geológico do Brasil (SGB).

Além disso, o Governo de Rondônia, revelou que o nível do Rio Madeira, em Porto Velho, poderá ficar abaixo da cota de emergência (1,70 metros), até o mês de agosto de 2024, quando a estiagem no estado se intensifica.

Com o avanço da seca, ribeirinhos relataram apreensão, e poços começaram a ser escavados em comunidades ribeirinhas.

A seca extrema que o Norte enfrenta desde outubro do ano passado, está relacionada a dois fatores que inibem a formação de nuvens e chuvas — comprometendo o nível do manancial.

  • Oceano Atlântico Norte mais aquecido que o normal, e mais quente que o Atlântico Sul.
  • Fenômeno El Niño, que causa atrasos no início da estação chuvosa e enfraquecimento das chuvas iniciais do período.

*Com informações da Rede Amazônica RO

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Pesquisa aponta que 6 em cada 10 indígenas que vivem em áreas urbanas têm ao menos uma doença crônica

Hipertensão arterial, colesterol alto, problemas de coluna e depressão estão entre enfermidades prevalentes entre essa população.

Leia também

Publicidade