O Ibama, a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Polícia Federal (PF) e o Exército Brasileiro realizaram uma operação de combate ao garimpo ilegal de ouro na Terra Indígena (TI) Yanomami, em Roraima. A Operação Curaretinga resultou na destruição de 20 acampamentos e na apreensão de quatro balsas, uma voadeira, seis motores, cinco geradores, um telefone satelital e 200 metros de mangueira para garimpo, além da aplicação de R$ 1,3 milhão em multas. Três garimpeiros foram detidos e encaminhados para interrogatório na PF.
O uso de balsas com motores e dragas vem causando acelerada degradação no leito do rio Uraricoera. Além dos danos ambientais diretos, causados pelo revolvimento da areia e do material mineral natural do leito dos rios e barrancos, trechos de mata nativa são destruídos com a finalidade de abrir novas frentes de prospecção para a lavra ilegal. O mercúrio metálico, usado para separar o ouro de outros minerais, é carreado para os corpos hídricos e resulta na contaminação de toda a cadeia alimentar.
O objetivo da Operação Curaretinga é desestruturar a logística do garimpo com a apreensão e a inutilização de equipamentos usados na lavra, como balsas, motores, dragas e mangueiras, além de materiais de suporte como combustíveis, botijas de gás, geradores, motores de popa e voadeiras. Em abril de 2016, Ibama e Funai realizaram operação de combate à exploração ilegal de ouro na TI Yanomami que resultou na destruição de 20 balsas, 11 acampamentos e seis motobombas.
A TI Yanomami é a maior do Brasil, com 9,6 milhões de hectares nos estados de Roraima e Amazonas. Uma equipe formada por policiais militares e servidores da Funai permanecerá na região para impedir o retorno de garimpeiros pelo rio Uraricoera.