Em Manaus, praticantes de SUP inovam com produção sustentável de pranchas

A prática de Stand Up Paddle (SUP) no rio Negro está ainda mais ecológica. Isso porque a prancha industrializada está dando lugar para a produzida com garrafas PET (de refrigerantes). Além dos benefícios ao meio ambiente, com a reutilização de resíduos sólidos, a prancha ecológica custa 40% menos do que a industrializada. O SUP é um desporto aquático, uma variante do surf, no qual o praticante em pé numa prancha, usa um remo para se mover através da água.

A ideia inovadora está sendo desenvolvida na Praia Dourada, localizada no Tarumã, pelo engenheiro agrônomo Nelson Marinho, que é mestre em Gestão de Resíduos e Efluentes e também um dos proprietários do balneário. “Sou especialista também na destinação final de resíduos domésticos e busco alternativas inteligentes para gerar economias sistemáticas em negócios diversos”, frisou ele.

Prancha é produzida com garrafas. Foto: Divulgação
Marinho explicou que a prática sustentável iniciou há cerca de um ano, no ambiente da Praia, ao decidir reutilizar as garrafas de refrigerantes que são descartadas pelos frequentadores. “Para a fabricação, são necessárias 25 garrafas, exclusivamente as consumidas no balneário. Na praia, já estão disponíveis cinco pranchas para aluguel”, disse.

O aspecto econômico é considerado como a principal vantagem. “Utiliza-se menos PU (Poliuretano) no enchimento do molde. E em segundo lugar, o apelo ecológico com a destinação definitiva de PET que iria, possivelmente, poluir o meio ambiente”, explicou o engenheiro e empreendedor.

A prancha é montada em um molde específico onde se faz a fixação de cada PET, com tiras de fibra na parte inferior da prancha. “Trabalham atualmente apenas duas pessoas na montagem das pranchas devido à baixa produção. Temos um potencial de produzir uma prancha a cada dois dias com apenas um molde”, detalhou o empresário. Marinho destacou que há capacidade para comercializar as pranchas em larga escala, desde que haja demanda, mas atualmente são produzidas para atender aos alugueis para prática do SUP na Praia Dourada.

Aspectos da prancha

O tamanho da prancha ecológica é padrão médio, pesando em torno de 10 kg, de fácil dirigibilidade e navegabilidade, além de ser de grande flutuabilidade. “Construímos também os remos sob medida e as pessoas que comprarem conosco as pranchas ecológicas, nós oferecemos a serviço de guarda da prancha a um preço mensal quase que “simbólico”, além de ter a possibilidade de personalizar a sua prancha de SUP”, pontuou.

Uma prancha utilizando as garrafas de PET está posta à venda no valor de R$ 2,5 mil, que pode ser paga no cartão. “Uma prancha industrializada pode iniciar custando em torno de R$ 3,5 mil até R$15 mil, dependendo do material a ser utilizado”, explicou. 

Foto: Divulgação
Sustentabilidade e economia

A sustentabilidade e preservação da área ambiental da Praia Dourada é uma preocupação constante pela gestão do empreendimento. Por isso, está sendo desenvolvida a criação de galinhas e patos de forma caipira. “Além disso, com o aproveitamento de resíduos que sobram dos restaurantes na Praia está sendo instalada uma horta orgânica, baseada no cultivo mínimo com o uso de estercos curtidos gerados na criação”.

Sobre a Praia Dourada

A Praia Dourada é um empreendimento particular, mas muito frequentada por banhistas de Manaus. Para chegar até o local, usa-se um ramal de acesso localizado no quilômetro 09, estrada do Tarumã, atual Avenida do Turismo, distante 20 quilômetros do centro da cidade. A praia fluvial é banhada pelo igarapé do Tarumã e o rio Negro. No local, barracas e cabanas podem ser alugadas para um fim de semana na praia. Durante o trajeto à praia, pode-se apreciar uma longa mata semi-virgem.
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