De acordo com o Inpe, em relação a 2004, quando foi lançado o Plano para Prevenção e Controle do Desmatamento da Amazônia, a devastação do bioma recuou 76%. Sarney Filho disse que os dados de hoje mostram a tendência de regressão na curva do desmatamento, que, segundo ele, se deve a fatores como reforço da fiscalização e recomposição do orçamento dos órgãos ambientais.“O desmatamento aumenta por uma série complexa de motivos, mas ele diminui basicamente por uma ação: comando e controle. Comando e controle é poder de polícia”, disse Sarney Filho em entrevista no Palácio do Planalto. Antes do anúncio, os dois ministros apresentaram os dados ao presidente Michel Temer.“Quando fica constatado que há um desmatamento, para lá se deslocam os fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Polícia Federal e aí se dá o combate. Quando os desmatadores ilegais sabem que a presença do Estado brasileiro está clara, eles diminuem suas atividades. E é isso que está ocorrendo”, completou o ministro do Meio Ambiente.Sarney Filho também afirmou que, ao assumir o ministério, os orçamentos do Ibama e ICMBio estavam “completamente defasados”.“Recuperamos o orçamento desses órgãos, conseguimos adicionalmente mais recursos do Fundo Amazônia e as operações voltaram como jamais vistas. Hoje nós podemos dizer, com certeza, que não houve um retrocesso no que diz respeito às políticas ambientais da Amazônia”.
COP 23O ministro alertou, no entanto, que apenas ações de controle não serão suficientes para deter o desmatamento e ressaltou a importância do cumprimento de tratados internacionais, principalmente do Acordo de Paris, além do pagamento de serviços ambientais, que remunera comunidades ou grupos que contribuem para a preservação e manutenção da natureza.“Na Amazônia moram em torno de 25 milhões de pessoas. Elas têm a obrigação de não desmatar 80% da sua propriedade. Essa propriedade presta serviços ambientais e o que eles vão receber por isso? Qual a sinalização que a gente dá? O presidente da República me autorizou que na Conferência das Nações Unidas para Mudanças Climáticas, que este ano será realizada em Bonn, na Alemanha (COP 23) a gente possa falar do pagamento dos serviços ambientais nas suas diversas formas e que imediatamente se consiga um sinal a esse respeito”.