Desmatamento na Amazônia passa de 10 mil km² entre agosto de 2018 e julho de 2019, aponta Inpe

Entre agosto de 2017 e julho de 2018, a perda havia sido de 7.536 km².

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgou nesta terça-feira (9),  a taxa consolidada de desmatamento para os nove estados da Amazônia Legal Brasileira (ALB), baseada em uma revisão dos dados gerados pelo Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (PRODES). Entre agosto de 2018 e julho de 2019 foram desmatados 10.129 km2 de corte raso e a revisão agora representa uma alta de 34,41% em relação aos 12 meses anteriores. Entre agosto de 2017 e julho de 2018, a perda havia sido de 7.536 km².

Figura 1 – Mapa de calor das ocorrências de desmatamento identificadas no PRODES 2019, nas 229 cenas que compõem a Amazônia Legal Brasileira. (Arte:Reprodução/Inpe)

A Tabela 1 apresenta a distribuição da taxa de desmatamento para o ano de 2019 nos estados da ALB.

Os estados do Pará, Mato Grosso, Amazonas e Rondônia correspondem a 84,56% de todo desmatamento observado na ALB. Isso fica espacialmente explícito na Figura 1, que apresenta o mapa de calor para ocorrências de desmatamento.

A Tabela 2 apresenta as variações da taxa para cada estado entre os anos de 2018 e 2019. A análise desta tabela mostra um crescimento do desmatamento nos estados com maior contribuição. Com exceção do estado de Rondônia, que tem uma expressiva taxa de desmatamento e mostrou uma pequena diminuição no desmatamento entre 2018 e 2019.

A taxa consolidada de desmatamento tem um valor 3,76% acima da taxa estimada pelo PRODES em novembro de 2019, que foi de 9.762 km². A variação entre valores estimado e consolidado por estado da ALB é apresentada na Tabela 3.

A estimativa da taxa, nessa época, usou um subconjunto de 99 cenas prioritárias do sensor OLI/Landsat-8 do total de 229 que recobrem a Amazônia Legal. As 99 cenas selecionadas como prioritárias atenderam a três critérios:

1) cobrir a região onde foram registrados pelo menos 90% do desmatamento no período anterior do PRODES (agosto/2017 a julho/2018);

2) cobrir regiões onde foram registrados pelo menos 90% dos avisos de desmatamento do DETER 2018/2019; e,

3) cobrir os 39 municípios prioritários para fiscalização referidos no Decreto Federal 6.321/2007 e atualizado em 2018 pela Portaria No. 428 do Ministério do Meio Ambiente (MMA). As 99 cenas Landsat/OLI usadas para estimar a taxa de desmatamento do PRODES 2019 cobriram 95,5% das áreas desmatadas no PRODES 2018.

As Figuras 2 e 3 mostram respectivamente a série histórica do PRODES para a Amazônia Legal em km2, considerando em 2019 o valor consolidado apresentado nessa nota, e a variação percentual de um ano para o outro, em toda a série de taxas do PRODES. A Figura 4 apresenta as taxas consolidadas anuais por estado da Amazônia Legal Brasileira.

Por meio do PRODES, o INPE realiza o mapeamento sistemático da Amazônia Legal e produz, desde 1988, as taxas anuais de desmatamento na região. Essa série histórica é usada pelo governo brasileiro para avaliação e estabelecimento de políticas públicas relativas ao controle do desmatamento e ações voltadas a temática de REDD+.

Além do uso governamental, os dados do PRODES embasam iniciativas bem-sucedidas no setor privado que conjugam produção e sustentabilidade, como a Moratória da Soja e o Termo de Ajuste de Conduta (TAC) da cadeia produtiva de carne bovina, entre outras. A série histórica do PRODES é ainda usada em milhares de trabalhos científicos, o que denota a sua importância na área ambiental para toda a sociedade brasileira. 

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