Cultivo de soja fica proibido em Roraima até março de 2024

Estratégia agrícola tem como objetivo evitar a propagação da ferrugem-asiática nas áreas produtivas.

Durante os próximos 90 dias produtores de soja estão proibidos de cultivar soja em Roraima. A medida iniciou nesta terça-feira (19) e encerra em 18 de março de 2024. O objetivo é evitar a propagação da ferrugem-asiática nas áreas produtivas, quebrando o ciclo de produção de esporos do fungo.

A restrição é da Agência de Defesa Agropecuária do Estado de Roraima (Aderr), por meio da portaria nº 821, e segue determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esta é a segunda vez que a medida é aplicada em Roraima.

É uma estratégia agrícola, segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), utilizada para quebrar o ciclo da praga do fungo Phakopsora pachyrhizi, agente causador da ferrugem-asiática (ou ferrugem-da-soja).

Foto: Lenito Abreu/Governo do Tocantins

“O principal dano dessa praga é a desfolha precoce, impedindo a completa formação dos grãos, com consequente redução da produtividade”, 

explicou o diretor de Defesa Vegetal da Aderr, Marcos Prill.

Ele também destacou que o controle com agrotóxicos, com o uso de produtos autorizados pelo Mapa, tem se mostrado eficiente na redução dos danos da praga na lavoura, entretanto o uso ininterrupto favorece a resistência do fungo ao controle químico. “Portanto, a quebra do ciclo da praga é a forma mais eficiente para reduzir a resistência da praga aos fungicidas”. 
Vazio sanitário visa conter ferrugem asiática, praga considerada severa para o cultivo da soja. Foto: Divulgação/Embrapa

Ferrugem asiática em Roraima 

A ferrugem asiática já causou prejuízos bilionários no Brasil. Em Roraima, a doença foi identificada inicialmente em propriedades de Alto Alegre e Iracema em 2021, e logo chegou a todos os municípios que produzem o grão.

A identificação da doença ocorreu durante inspeção de rotina de plantios, quando foi realizada coleta de folhas de soja com sintomas pelos técnicos da Aderr.

A empresa acompanhou os procedimentos de coleta, acondicionamento e envio das amostras em atendimento ao termo de cooperação técnica entre as instituições. A confirmação oficial se deu após análise em laboratório oficial credenciado junto ao Mapa, confirmando a presença do patógeno no material amostrado.

Apesar da incidência da doença, o estado tem a previsão de safra para 2023/2024 de 140 mil hectares de soja. Além disso, há uma previsão de produção de 410.437 toneladas para 2023. Nos últimos quatro anos, a produção aumentou em 191%. 

Imagem: Reprodução/G1 Roraima

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