Consulta pública é realizada no Oeste do Pará para criação da UC Árvores Gigantes da Amazônia

Projeto busca estabelecer uma nova Unidade de Conservação (UC) com foco nas árvores gigantes da Amazônia, cujas extensões podem ultrapassar 80 metros de altura.

O Governo do Pará realizou nesta quarta-feira (11) uma Consulta Pública com a população do município de Almeirim, no oeste paraense. O tema da consulta foi a transformação de parte da Floresta Estadual (Flota) Paru em uma nova Unidade de Conservação (UC) de Proteção Integral, destinada à conservação das Árvores Gigantes da Amazônia. A iniciativa é liderada pelo Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e conta com o apoio do Instituto Federal do Amapá (Ifap), da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e financiamento do Andes Amazon Fund.

Leia também: Novo santuário de árvores gigantes na Amazônia é revelado no oeste do Pará

Na última segunda-feira (9), equipes do órgão ambiental do Governo do Pará e da FAS realizaram uma série de visitas a instituições de ensino, entidades religiosas e órgãos públicos, incluindo o Conselho Tutelar, a Agência Distrital, a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Ministério Público, o Tribunal de Justiça do Pará e a Justiça do Trabalho. O objetivo foi garantir a ampla participação da sociedade na Consulta Pública, que ocorreu no dia 11 de setembro, de 8h às 13h, na GR Eventos, no distrito de Monte Dourado.

De acordo com o presidente do Ideflor-Bio, Nilson Pinto, a participação e envolvimento da comunidade local é uma etapa essencial para a criação da nova UC. “A proteção das Árvores Gigantes da Amazônia é um compromisso com as futuras gerações. Estamos falando de exemplares únicos, como o Angelim vermelho (Dinizia excelsa Ducke), com alturas acima de 70 metros, incluindo a árvore mais alta da América Latina, com 88,5 metros. Portanto, a Consulta Pública é uma oportunidade para que todas as pessoas se envolvam na preservação desse patrimônio natural inestimável”, frisou.

Foto: Fernando Sette

O superintendente de Inovação e Desenvolvimento Institucional da FAS, Victor Salviati, destaca que “essa Consulta Pública foi muito relevante para o estado do Pará, para a Amazônia e para o planeta. Estamos falando do fortalecimento da proteção da biodiversidade amazônica. A FAS agradece a parceria e cumplicidade das organizações envolvidas no projeto e das pessoas dos territórios das árvores gigantes que possibilitaram a realização dos levantamentos (físicos e biológicos) em tempo recorde, e com que esses resultados chegassem para a discussão com a sociedade”.

Conservação

A proposta de recategorização da Flota do Paru visa garantir a proteção integral dessas árvores monumentais, que desempenham um papel importante na manutenção do bioma amazônico. “Essas árvores não são apenas as maiores da Amazônia, mas também estão entre as maiores do mundo. Sua preservação é fundamental para a conservação da biodiversidade e para o equilíbrio climático global”, afirmou o diretor de Gestão da Biodiversidade do Ideflor-Bio, Crisomar Lobato.

A Consulta Pública é uma exigência legal prevista pelo Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC), estabelecida pelo Decreto Federal nº 4.340/2002. A medida visa assegurar que a população local, ambientalistas, pesquisadores, estudantes, profissionais liberais, empresários, servidores públicos e organizações da sociedade civil sejam informados e possam manifestar suas opiniões sobre a proposta de criação da nova UC.

Foto: Fernando Sette

Benefícios

Além de garantir a conservação das Árvores Gigantes da Amazônia, a nova UC trará benefícios para a população do distrito de Monte Dourado e, consequentemente, para o município de Almeirim como um todo. A criação da área protegida impulsionará o ecoturismo, gerando novas oportunidades para empreendimentos locais, como agências de turismo, hotéis, pousadas e restaurantes, além de beneficiar instituições de ensino e pesquisa.

A gestão da futura UC ficará a cargo da Diretoria de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação (DGMUC) do Ideflor-Bio, com o apoio de um Conselho Gestor, composto por representantes da sociedade civil, órgãos públicos e entidades de ensino e pesquisa. “A criação desta nova UC será um marco na proteção do patrimônio natural do Pará e uma demonstração do compromisso do Estado com a preservação da Amazônia”, concluiu Nilson Pinto.

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

Nota Técnica recomenda reparação de danos climáticos do desmatamento ilegal

O documento, lançado em parceria entre ABRAMPA e IPAM, reúne uma análise das práticas atuais para aprimorar a reparação dos danos ao sistema climático.

Leia também

Publicidade