Conexão de Roraima ao SIN é a maior obra de descarbonização da região amazônica, aponta MME

Sistema isolado da capital Boa Vista (RR) é o maior da Amazônia Legal. Região conta com 58 usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica.

Atualmente Roraima é o único, dentre as 27 unidades da federação, que está isolado do Sistema Interligado Nacional (SIN). Os moradores da capital Boa Vista e cidades próximas dependem de 58 usinas termelétricas movidas a óleo diesel, gás natural, biomassa e uma pequena central hidrelétrica. Contudo, a vida de 488 mil pessoas que são atendidas por esse tipo de sistema está prestes a mudar.

No ano passado, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, assinou a ordem de serviço que irá conectar Roraima ao SIN. Estão sendo investidos R$2,6 bilhões nas obras que vão substituir as usinas termelétricas e gerar energia confiável, limpa e renovável. O anúncio foi feito durante o evento, em Parintins (AM), de retomada do ‘Luz Para Todos’ e lançamento do programa de ‘Energias da Amazônia’, com a presença do presidente Lula.

“A medida é uma importante iniciativa do programa Energias da Amazônia, que visa a descarbonização do maior bioma brasileiro, por meio da transição energética, substituindo a geração promovida por combustíveis fósseis para opções mais sustentáveis”, 

destaca o ministro.

Foto: Tauan Alencar/MME

Com o lançamento do Portal de Acompanhamento dos Sistemas Isolados (PASI), que faz parte das entregas do Programa Energias da Amazônia, é possível analisar toda a dimensão desse sistema. “Essa é mais uma entrega do MME. A ferramenta mostra um raio x dos sistemas isolados da Amazônia Legal e que irão orientar as ações do MME”, explica Silveira.

Dados do PASI mostram que quase 160 mil unidades consumidoras são atendidas pelos Sistemas Isolados. Com a interligação do estado ao SIN, a previsão é que esse número reduza para 483 unidades consumidoras de Roraima em 2029 atendidas por térmicas. No ano passado, as residências de Roraima consumiram cerca de 648 mil MWh (megawatt-hora), com previsão de consumo de 669 mil MWh (megawatt-hora) para 2025. A partir de 2026, esse consumo residencial deverá ser medido pelo SIN, já que as unidades estarão conectadas ao sistema nacional.

A interligação da linha de transmissão que será direcionada à Boa Vista é continuidade do sistema que atravessa boa parte do Pará e Amazonas e possui mais de 700 km de extensão. Essa linha de transmissão conseguirá atender mais dez comunidades isoladas, além do estado de Roraima. A expectativa é de que sejam gerados mais de 11 mil empregos diretos e indiretos com as obras, com previsão de serem concluídas em setembro de 2025.

Interligação ao SIN 

O MME prevê, com a interligação das comunidades isoladas ao Sistema Interligado Nacional (SIN) planejadas para os próximos anos, reduzir o montante da energia térmica gerada no estado, diminuindo os custos do suprimento de energia elétrica.

Segundo estimativa do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), inicialmente, deve haver uma redução do custo variável de operação das usinas termelétricas locais de R$200 milhões por ano.

Energias da Amazônia 

Durante o programa Energias da Amazônia estão previstos investimentos na ordem de R$5 bilhões para a transição dos cerca de 200 sistemas isolados que utilizam combustível fóssil na geração de energia elétrica. Com a interligação ao SIN e implantação de fontes renováveis, será reduzida em 70% a geração térmica e 1,5 milhões de toneladas de CO2 deixarão de ser emitidas.

Acesse aqui o PASI  

Publicidade
Publicidade

Relacionadas:

Mais acessadas:

O futuro incerto dos botos da Amazônia no meio de uma seca histórica

Este ano, a seca dos rios amazônicos já é pior que a de 2023, quando 209 botos-cor-de-rosa e tucuxis foram encontrados mortos no Lago Tefé, no Amazonas, em grande parte devido ao superaquecimento das águas.

Leia também

Publicidade