Em rara aparição, câmeras flagram filhotes de ariranha em área de monitoramento no Pará; vídeo

O registro é considerado raro porque a ariranha é sensível à presença humana, principalmente no período de criação dos filhotes.

Em rara aparição, câmeras flagram filhotes de ariranha. Foto: Helder Lana

Pela primeira vez, filhotes de ariranha foram flagrados por câmeras que fazem o monitoramento da fauna na área do Reservatório Intermediário da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará. Além de indicar que o meio ambiente está saudável, o registro é considerado raro porque a espécie é sensível à presença humana, principalmente no período de criação dos filhotes.

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O vídeo, gravado por câmeras camufladas, mostra com riqueza de detalhes as ariranhas, também conhecidas como “onça-d ‘água”, “lontra-gigante” e “lobo-do-rio”. É possível ver quando duas ariranhas adultas se aproximam da toca, de onde logo surgem dois filhotes e outra ariranha adulta. Desde 1999 a espécie está classificada como “vulnerável à extinção” pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA).

“A presença de filhotes de ariranha na área de influência de Belo Monte indica que o ambiente está saudável, oferecendo condições reais para a reprodução de uma espécie sensível e vulnerável à extinção. É um indicativo claro de que as ações de conservação implementadas pela empresa estão dando resultado”, explica Roberto Silva, Gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia, concessionária da hidrelétrica. 

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Além do belo flagrante, a aparição dos filhotes foi celebrada pelos biólogos por ter ocorrido no reservatório artificial de 119 km², criado pela usina, e que integra a Área de Preservação Permanente protegida. O acesso é restrito, o que torna a região propícia para o abrigo e a reprodução da fauna silvestre.

Há 13 anos, a Norte Energia desenvolve, como parte do licenciamento ambiental de Belo Monte, um projeto de monitoramento de mamíferos aquáticos e semiaquáticos que vivem no rio Xingu, no entorno da hidrelétrica. O objetivo do trabalho é mapear e estudar estes animais e promover ações de conservação das espécies ameaçadas. 

Em rara aparição, câmeras flagram filhotes de ariranha. Foto: Helder Lana

Considerado um case de sucesso, o projeto foi selecionado pelo Ibama para ser apresentado durante um seminário, no começo de abril. Até o momento, a equipe envolvida no monitoramento registrou imagens de 280 ariranhas. Além do acompanhamento, a empresa compartilha os dados coletados com instituições científicas e organizações voltadas à conservação da biodiversidade e realiza campanhas de sensibilização junto à comunidade local para proteção das ariranhas e de outros animais do Xingu.

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Ariranha: importante para o equilíbrio do ecossistema

Em rara aparição, câmeras flagram filhotes de ariranha. Foto: Helder Lana

A ariranha é um mamífero semiaquático que está no topo da cadeia alimentar e exerce papel fundamental no equilíbrio do ecossistema, pois ajuda no controle populacional de outras espécies. Ela é uma caçadora eficiente. Também é um animal altamente social. Na região do Xingu, as ariranhas vivem em grupos de dois a dez indivíduos e todos os adultos ajudam na criação dos filhotes.

A ariranha é um animal especialmente barulhento, com um complexo repertório de vocalizações. A espécie ocorre apenas na América do Sul e se alimenta principalmente de peixes. Seu toque aveludado tornou a ariranha muito procurada pelos comerciantes de peles, o que contribuiu para o risco de extinção.

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