O Amazonas contabilizou 260 focos de queimadas no dia 19 de julho. Os dados são do Programa de BDQueimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), referente as últimas 24 horas.
O fenômeno tem sido registrado em meio a seca que atinge a região e deve ser mais severa do que aquela registrada no ano anterior, sendo a maior da história do estado. Com um aumento de 400%, se comparado ao mesmo dia do ano anterior, o Amazonas registrou 260 focos de queimadas, entre quinta (18) e sexta-feira (19).
- 260 focos de incêndio registrados entre 18 e 19 de julho de 2024;
- 52 focos de incêndio registrado entre 18 e 19 de julho de 2023.
Os dados indicam ainda que o número de ocorrências está acima da média esperada para este mês, que é de 757 focos. Nos primeiros 18 dias do mês de julho, o estado já conta com 773 focos de calor.
Número de queimada no Amazonas em julho de 2023 e julho de 2024
Paralelamente ao aumento de focos, o Inpe também indica dois municípios que concentram o maior número de focos de queimadas do país, em julho. Localizados na Região Sul do Amazonas, conhecida como arco do fogo, Lábrea e Apuí ocupam a segunda e a quinta colocação, respectivamente.
Até quinta 18 de julho, Lábrea contabilizou 267 focos, enquanto Apuí conta com 187 ocorrências de queimadas. O estado já está em emergência ambiental devido aos focos de calor. Ao todo, são 22 dos 62 municípios do estado nessa situação. O cenário que se avizinha parece repetir 2023, quando o estado registrou mais de 20 mil queimadas ambientais, sendo o segundo pior ano desde 1998.
O Grupo Rede Amazônica questionou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente sobre as ações que estão sendo desenvolvidas para combater o avanço do fogo, mas até a publicação da matéria não obteve resposta.
Seca afeta cidade do AM, isola comunidades e causa problemas de abastecimento
O Amazonas já vive uma seca severa. Para o governo estadual, a situação neste ano pode ser ainda pior do que a vivida no ano passado, quando foi registrada a maior seca da história do Amazonas. Em Manaus, o Rio Negro desceu mais de 60 centímetros só em julho.
No município de Envira, na região Sudoeste do estado, mais de dez mil pessoas já foram impactadas pelo fenômeno, que também tem isolado comunidades, encalhado embarcações e causado problemas de abastecimento de insumos no município.
No dia 16 de julho de 2023, o Rio Tarauacá, que banha a cidade, media 8,55 metros. Um ano depois, o mesmo rio media medindo 5,26 metros.
A situação é tão crítica que o chefe da Defesa Civil aconselhou moradores das regiões ribeirinhas a se abrigarem na sede do município.
“Estamos pedindo que a população guarde alimentos, que as pessoas que estão em comunidades rurais, principalmente as que tenham problemas de saúde, possam vir para a sede do município porque existe sim um risco de isolamento”, disse Ismael Dutra.
O governo do Amazonas decretou situação de emergência ambiental em 22 dos 62 municípios do estado. Segundo o estado, durante o período de 180 dias está proibido a prática de fogo, com o sem uso de técnicas de queima controlada.
As cidades em emergência ambiental são:
Apuí;
Novo Aripuanã;
Manicoré;
Humaitá;
Canutama;
Lábrea;
Boca do Acre;
Manaus;
Iranduba;
Novo Airão;
Careiro da Várzea;
Rio Preto da Eva;
Itacoatiara;
Presidente Figueiredo;
Manacapuru;
Careiro;
Autazes;
Silves;
Itapiranga;
Manaquiri.
Maués;
Tapauá.
Além disso, o Amazonas também decretou situação de emergência em 20 municípios, situados nas calhas do Juruá, Purus e alto Solimões, por conta da seca que atinge os rios no estado e que pode ser maior que a do ano passado, segundo a administração estadual. A medida tem duração de 180 dias.
*Com informações do g1 Amazonas.