Foto: Divulgação/GEA
O Amapá registra redução de 72% de focos de incêndio e lidera o ranking nacional com o menor número de casos em pleno período de seca. O levantamento, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), aponta que de 1º de agosto a 20 de setembro deste ano foram registradas 1.517 ocorrências, contra os 5.363 focos de incêndio no mesmo período em 2023.
Na contramão do que ocorre no restante do país, o Governo do Estado tem conseguido diminuir o quantitativo, que chegou a ser alarmante no ano passado, com o desenvolvimento de ações integradas de prevenção e combate a queimadas e incêndios florestais. Uma Sala de Situação coordenada pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) monitora áreas em tempo real, via satélite, especialmente as que apresentam maior risco.
“O Governo do Estado vem atuando em várias frentes de trabalho com ações conjuntas envolvendo os órgãos competentes que estão na linha de frente. E, mesmo com os resultados positivos, estamos atentos, pois estamos enfrentando sérias mudanças climáticas, uma situação que é global”, enfatizou a secretária de Meio Ambiente, Taísa Mendonça.
A redução coloca o Amapá como o estado menos afetado pelos focos de incêndios, devido a um conjunto de ações da gestão envolvendo várias instituições. Entre as iniciativas que contribuem para o resultado favorável estão as ações de prevenção da Operação Amapá Verde – Protetor dos Biomas; Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas do Estado do Amapá; criação do Comitê Interinstitucional de Prevenção e Combate à Estiagem e Incêndios Florestais.
Além disso, a Sema já capacitou 26 brigadistas para atuarem nas frentes de trabalho, enquanto uma linha de frente integrada entre Operação Amapá Verde – Protetor dos Biomas, a Delegacia Especializada em Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), atuam de forma ostensiva na prevenção e combate.
Mudanças climáticas e seca
Mesmo com resultados positivos, o Governo do Amapá permanece atento diante do atual cenário de mudanças climáticas severas e a gestão já estuda novas medidas que serão implementadas para minimizar os impactos do período da seca.
Em outubro, mês considerado historicamente o mais quente do ano no estado, as fortes temperaturas chegam a devastar vegetações e influenciar o lençol freático com a seca. Em 2023, o município de Tartarugalzinho foi o mais afetado com a estiagem, com 1.788 focos de incêndio de 1º de agosto a 20 de setembro. Neste ano, Macapá lidera com 309 registros até o momento.
De 2019 a 2023, o Departamento de Desenvolvimento Ambiental da Sema vem analisando dados sobre distribuição de chuvas no território amapaense no período de estiagem. Segundo o levantamento, nos últimos cinco anos a última chuva considerada regular ocorreu em 2021.
“Nestes cinco anos identificamos que após 2021 as precipitações no estado diminuíram consideravelmente e 2023 foi o ano mais quente deste período, com menos chuvas. Isso ocasionou 4.440 hectares de áreas que foram atingidas e consumidas pelo fogo. Já em 2024, até o momento, temos alguns fatores favoráveis como um maior volume de chuvas, o indicativo de transição do fenômeno El Niño para La Niña, e o trabalho de prevenção e combate que vem sendo realizado”, ressaltou o diretor do Departamento de Desenvolvimento Ambiental da Sema, Marcos Almeida.
Operação Amapá Verde – Protetor dos Biomas
A Operação Amapá Verde é um conjunto de ações desenvolvidas pelo Governo de Estado para prevenir e combater crimes ambientais e incêndios em vegetação no período de estiagem. A ação inicia o 6º ciclo neste sábado, 21, as atividades fazem parte da 7ª edição da Operação Protetor dos Biomas, do Governo Federal. Pela primeira vez são utilizados 15 sopradores costais, equipamentos eficazes para dar suporte aos militares no combate aos focos de incêndios.
O Governo do Amapá trabalha, ainda, em uma ação integrada com o Governo do Mato Grosso do Sul, para conter os incêndios florestais na região do pantanal mato-grossense, que sofre com os efeitos de estiagem rigorosa, clima seco e calor intenso. São 24 militares especialistas do Corpo de Bombeiros enviados para dar suporte ao combate às queimadas.
Ao avistar um foco de queimada, denuncie:
- 193, Corpo de Bombeiros
- 190, Defesa Civil e Centro Integrado de Operações de Defesa Social (Ciodes)
*Com informações da SEMA AP