Com o nível em queda, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) declarou situação de escassez hídrica no Rio Purus que, no Acre, corta os municípios de Manoel Urbano e Santa Rosa do Purus.
Em decisão da diretoria colegiada, divulgada no dia 29 de julho, a agência ressaltou que a medida coloca o rio em uma lista de atenção especial para que seja intensificado o monitoramento e os esforços para a mitigação dos impactos.
De acordo com a Defesa Civil Estadual, as chuvas têm se mantido abaixo da média na região e as consequências podem ser sentidas no transporte de insumos, na produção agrícola na região, e no transporte de alunos que precisam atravessar o rio para ir à escola. Além do Purus, no Acre e Amazonas, a decisão também abrange o Rio Madeira, no Amazonas.
“Realmente, a Agência Nacional de Águas decretou situação de emergência na bacia de rios tanto do estado do Amazonas, Rondônia, como o Acre. Aqui no estado do Acre, decretou na bacia do rio Purus, só que a bacia do rio Purus compreende também o Rio Iaco e o Rio Acre. Faz parte da bacia do Rio Purus mais à frente. Então, com isso, porque desde o mês de novembro do ano passado, aquele período mais chuvoso em nossa região, não choveu o suficiente, e esses últimos meses também, a quantidade de chuva está sendo bem abaixo da média prevista. Então, a situação pior no estado do Acre é dessa região leste”, explicou o coronel Carlos Batista, coordenador do órgão.
Conforme o boletim hídrico divulgado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema), o Purus teve redução de sete centímetros em uma semana no município de Manoel Urbano.
Já em Santa Rosa do Purus, a queda foi de pelo menos quatro centímetros no período. Além disso, ainda segundo o levantamento, o nível do rio tem se mantido abaixo do registrado em anos anteriores.
A Sema também ressalta que o estado vive uma seca extrema, e atribui a situação ao prolongamento dos efeitos do El Niño. Com isso, o governo montou um gabinete de crise, em vigor até 31 de dezembro, para discutir e tomar as devidas medidas com redução dos índices de chuvas e dos cursos hídricos, bem como do risco de incêndios florestais.
“A previsão para o mês de agosto e setembro é pior para a região do leste do estado, que envolve a bacia do Rio Purus. As cotas baixas já desde o início do ano, a previsão que é de uma seca mais severa, principalmente para a região do leste do estado, envolvendo a bacia do Rio Purus. Tudo isso somado levou a Agência Nacional de Águas decretou essa situação para essa região”, acrescentou Batista.
*Por Victor Lebre, g1 AC — Rio Branco