40 anos de tradição: milhares de filhotes de quelônios são soltos em Pracuúba, no Amapá

Ação é coordenada pelo Instituto Quelônios Mário Vaz, que trabalha com a conservação da espécie conhecida como ‘tracajá’.

Soltura de quelônios no município de Pracuúba. Foto: Márcia do Carmo/Secom AP

O trabalho desenvolvido pelo Instituto Quelônios Mário Vaz (IQMa) realizou na primeira quinzena de junho a soltura de mais de 7 mil filhotes da espécie conhecida popularmente como tracajá, na comunidade Retiro Ponta Baixa, no município de Pracuúba, no Amapá. A ação reforçou a necessidade de preservação dos animais e contou com a presença de moradores, inclusive crianças, que puderam aprender sobre a importância de cuidar da natureza.

A soltura é o resultado de um trabalho que começa com a transferência dos ovos para as covas que ficam à beira do lago e são protegidas contra predadores até o nascimento dos filhotes, aumentando significativamente as chances de sobrevivência desses animais. As ações no período de desova buscam coibir a caça nesse momento em que os quelônios ainda estão muito vulneráveis, por serem filhotes.

Soltura de quelônios no município de Pracuúba. Foto: Márcia do Carmo/Secom AP

O tracajá é uma espécie ameaçada pela ação humana, uma vez que sua carne e seus ovos são apreciados pelas populações amazônicas. O trabalho do Instituto em Pracuúba é desenvolvido durante o ano todo para que se chegue ao desfecho, que é a devolução das espécies à natureza, quando se inicia um novo ciclo.  

Tradição de pai para filho

O presidente do IQMa, Mário Brito, conta que a proteção dos filhotes no município é uma tradição de 40 anos e foi idealizada pelo seu pai, Miguel, que ensinou ao filho e à comunidade a importância de cuidar da natureza. 

“Exige muita dedicação, mas para mim tem um significado muito especial, já que foi uma herança deixada pelo meu pai e é uma satisfação poder dar continuidade ao que ele iniciou”,

disse Mário.

Agentes da Polícia Civil, da Polícia Militar e da Marinha do Brasil acompanharam a soltura. A ação também conta com o apoio do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). 

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