A seca dos rios no Amazonas em 2024 afeta mais de 330 mil pessoas e em todos os 62 municípios decretaram situação de emergência, segundo o boletim com informações sobre a estiagem divulgado pelo governo estadual no dia 31 de agosto. No total, mais de 82,5 mil famílias já sofrem os impactos do fenômeno no estado.
Neste ano, o Amazonas vive um cenário ambiental crítico devido à combinação de seca dos rios e queimadas. Cidades têm dificuldades de receber insumos, há aumento no preço de produtos e comunidades indígenas e ribeirinhas podem ficar isoladas.
Prejuízos em Envira
A seca que atinge o Amazonas atrasou a entrega de oxigênio e medicamentos em Envira, no interior do estado. Segundo a Defesa Civil do município, um barco com insumos saiu de Feijó, no Acre levou mais de 10 dias para chegar à cidade amazonense.
O número de atingidos pelo fenômeno subiu para 11 mil. Um mês atrás eram 10 mil. Além disso, a estiagem severa tem causado desabastecimento na cidade e alguns alimentos tiveram aumento de mais de 100%.
O cenário vivido no município é esperado para todo o estado. Isso porque, o governo do Amazonas prevê que a situação neste ano pode ser ainda pior do que a vivida no ano passado, quando foi registrada a maior seca da história do estado.
Assistência humanitária
Segundo o governo, no âmbito da assistência humanitária, 737,1 toneladas de alimentos foram distribuídas para as regiões mais afetadas.
O governo estadual também já instalou 25 purificadores de água, sendo 10 deles direcionados para a calha do Alto Solimões, além de enviar 100 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.
Até o momento, foram enviadas 200,3 toneladas de medicamentos e insumos para os municípios situados nas calhas dos rios Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões.
Uma usina de oxigênio foi instalada no município de Envira, enquanto aproximadamente 200 volumes de medicamentos e insumos foram enviados para Fonte Boa. Além disso, 15 cilindros de oxigênio foram enviados ao hospital de Canutama e 12 cilindros para o hospital de Eirunepé.
O Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam) já realizou 331 embargos, abrangendo um total de 17.231,1941 hectares de áreas embargadas. Foram aplicadas multas totalizando R$ 130,2 milhões, emitidos 321 autos de infração e lavrados 39 termos de apreensão, com 168 detenções efetuadas.
Entre junho e 31 de agosto, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) combateu mais de 11,5 mil focos de incêndio, sendo 1.030 na capital e 10,5 mil no interior do estado.
Essas ações fazem parte da Operação Estiagem 2024, organizada pelo Comitê instituído pelo governador Wilson Lima no dia 5 de julho.
*Com informações da Rede Amazônica AM