Revista científica internacional destaca projeto mato-grossense como “modelo social inovador” para Amazônia

Estudo buscou entender como os valores da relação humano-natureza colaboram para modelos de produção mais justos.

Foto: Reprodução/ICV

A Rede de Produção Orgânica da Amazônia Mato-grossense (Repoama) foi destaque como “modelo social inovador” para soluções na floresta amazônica brasileira em artigo da renomada revista científica ‘Ecosystems and People‘.

Publicado no fim de setembro sob o título ‘Abordagens relacionais de base para a transformação agrícola na América Latina‘, o estudo buscou entender como os valores da relação humano-natureza colaboram para modelos de produção mais justos.

Analista socioambiental do Instituto Centro de Vida (ICV), Marcondes Coelho, um dos autores da pesquisa, apontou que a análise partiu de estudos que mostram que abordagens da agricultura tradicional para incentivar a produção sustentável são baseadas em suposições equivocadas sobre sistemas de valores humanos e sua ligação com a terra.

O analista afirmou que a incorporação de valores relacionais, que são aqueles que remetem às relações recíprocas entre pessoas e a natureza, podem possibilitar resultados mais justos e sustentáveis para modelos de produção no campo e, por conta disso, esses índices facilitam a formulação de políticas públicas.

Repoama

A Repoama foi criada em 2019 a partir do desejo das famílias agricultoras da região norte e noroeste de Mato Grosso de se articularem sob uma perspectiva agroecológica de apoio mútuo com o objetivo de ampliar seus conhecimentos em agricultura orgânica.

Conforme destacado pelo coordenador do Programa de Economias Sociais do ICV, Eduardo Darvin, que também é um dos autores do estudo, a rede é baseada no Sistema Participativo de Garantia (SPG), que permite que as pessoas que participam da Repoama certifiquem suas propriedades mutuamente independentemente de intermediários corporativos.

A Repoama passou por importantes reformulações internas nos últimos anos que a permitiram realizar dois ciclos de verificação de conformidade para certificação orgânica além da expansão de novas práticas agrícolas que passaram a agregar cada vez mais famílias.

“Exemplo disso é a rede contar com a ampliação de seu escopo de atuação, abordando também o povo indígena Rikbaktsa que aderiu ao SPG para além da produção agrícola poder certificar também seus produtos extrativistas principalmente a castanha-do-Brasil”, apontou Darvin.

*Com informações do ICV

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