Os objetivos do projeto são investigar os aspectos agronômicos da planta e seu potencial alimentício. Foto: UEMASUL
Desenvolvido pelo curso de Engenharia de alimentos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), um projeto experimental está estudando a Pachira aquatica, conhecida popularmente como cacau do maranhão, castanha da praia, cacau selvagem, monguba, castanha d’água, mamorana e amendoim de árvore.
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Os objetivos do projeto são investigar os aspectos agronômicos da planta e seu potencial alimentício, contribuindo para a diversificação da produção agrícola e para a promoção de uma alimentação mais sustentável, e avaliar o desempenho agronômico em diferentes condições de solo e de clima.

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O professor pesquisador do curso de Engenharia Agronômica, do Centro de Ciências Agrárias da UEMASUL, Jonathan Viana, participa do “Estudo agronômico e potencial alimentício da Pachira aquatica: Impulsionando a bioeconomia”.
Viana é engenheiro agrônomo e trabalha diretamente nos aspectos agronômicos da espécie produzindo mudas a partir de sementes, estacas e enxertias, e os professores da UFMA trabalham produzindo os subprodutos das castanhas, como o bombom do Maranhão.
“No campus Bom Jesus da UFMA há um campo experimental implantado com a cultura para o estudo da espécie, com 42 exemplares. Fizemos todo o manejo da planta com uma recomendação para a cultura do cacau, porque como é uma cultura nova em termos de estudo, não temos muitas informações técnicas a respeito, mas ela vem respondendo muito bem. Temos algumas espécies bem isoladas, em Carolina, Buritira, João Lisboa, Imperatriz e Vila Nova do Martírios. No Maranhão hoje, a principal utilização das sementes é para fazer sabão, porque a semente tem um alto teor lipídico e após uma análise, nós percebemos que existe uma semelhança muito grande com as características do cacau para a produção de chocolate”, explicou o professor.
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Os estudos realizados pelo professor Viana, com técnicas de enxertia e estaquia, permitem a multiplicação de plantas a partir de fragmentos, em vez de sementes, possibilitando a redução do ciclo da cultura. As técnicas aceleram o ciclo de produção da castanha, já que, em condições naturais, a planta pode levar até três anos e meio para dar frutos e os pesquisadores podem reduzir esse tempo para cerca de um ano, o que representará um avanço significativo para a viabilidade econômica da cultura. A implantação do campo experimental teve a colaboração do acadêmico bolsista do curso de Engenharia Agronômica da UEMASUL, Joacy Coelho.
“Nosso objetivo é produzir mudas e doar para que as pessoas consigam ter uma renda futuramente, com a produção das castanhas e com o fornecimento para os pesquisadores da UFMA continuarem os estudos da utilização das castanhas na produção do chocolate. Para isso, estamos com algumas mudas em desenvolvimento para posteriormente fazermos a distribuição e difundir ainda mais essa espécie tão responsiva para bioeconomia do nosso estado”, continuou o professor
Como se trata de uma cultura pouco explorada cientificamente, os pesquisadores adaptaram técnicas de manejo recomendadas para o cacau, como adubação, calagem, podas, controle fitossanitário, que tem características semelhantes.
A planta tem respondido muito bem ao manejo, abrindo caminho para o desenvolvimento de protocolos específicos para o seu cultivo na região. O projeto é um passo importante para valorizar uma espécie nativa do Maranhão, contribuindo para a pesquisa, o desenvolvimento de novos produtos e, potencialmente, para a economia local.
*Com informações da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL)
