Juçara, a iguaria típica maranhense que ganhou festa há mais de 50 anos

Com um nome regional próprio, trata-se do popular açaí, com combinações parecidas com as que são consumidas no Norte.

As culturas gastronômicas das Regiões Norte e Nordeste do País muitas vezes são parecidas. O consumo de camarão é um exemplo comum nas duas regiões. Mas outras iguarias típicas acabam ganhando nomes diferentes em cada local, como é o caso da popular juçara maranhense – ou, simplesmente, açaí.

De origem Tupi, o termo ‘jyssara’ (“espinho ligador”) se refere ao nome da palmeira de onde se extrai o palmito e o fruto de cor roxa. O termo se tornou popular na gastronomia maranhense e só é usado neste Estado para designar o acaí (Euterpe oleracea). 

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Após a extração, a juçara é peneirada com água filtrada e a partir disso, surge um líquido familiar para a maioria dos nortistas, de coloração roxa, e comumente consumido com farinha (de mandioca), como doce, geleia ou até mesmo com camarão e peixe.

No total, 181 dos 217 municípios do Maranhão fazem parte da Amazônia Legal e o Estado é um dos grandes produtores do fruto, assim como o Pará e o Amazonas. Por conta da popularidade, o fruto acabou ganhando uma festa anual.   

Foto: Reprodução/Facebook-Turismo São Luís

Festa da juçara

A Festa da Juçara surgiu há mais de 50 anos, mais precisamente em 1970, e foi idealizada pela então secretária de educação e ação comunitária da prefeitura de São Luís, a engenheira agrônoma Rosa Mochel. Ela era moradora do bairro Maracanã, situado na Zona Rural de São Luís,
distante 25 km da capital.

Rosa observou a abundante produção de juçara no local e a precariedade do comércio. Foi quando decidiu organizar uma festa que ajudasse a gerar renda extra para a população local. Assim, a festa foi promovida em outubro daquele ano, mês em que tradicionalmente é realizado o evento desde então.

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Em 1997, nasceu a Associação dos Amigos do Parque da Juçara, que assumiram a realização da festa no Parque da Juçara, tendo como primeira presidente Maria de Jesus Assis Marques, a ‘Dona Cotinha’, uma das moradoras mais antigas do Maracanã.

Além de valorizar a produção da juçara e seus subprodutos, a festa busca preservar a cultura local por meio da tradição alimentar e aumentar a renda dos moradores das comunidades, que vendem pelo menos de 10 mil litros da juçara. A festa conta ainda com shows, parque de diversões, feira de artesanato e outras atrações para toda a família.

Em 2022, a Festa da Juçara começa neste domingo (16), na sua 53ª edição, e segue até o dia 13 de novembro, voltando a ser realizado presencialmente após dois anos em formato online por causa da pandemia da Covid-19. 

Referências

O Uso de Cartilha Educativa sobre Boas Práticas Higiênico-Sanitárias na Manipulação e Comercialização do Suco da Juçara e Seus Derivados em Evento Temporário na Área de Proteção Ambiental (APA) do Maracanã em São Luis – Ma;

Secretaria de Turismo do Maranhão;

Festa da Juçara;

Embrapa.

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