Um novo olhar para a história da Madeira-Mamoré

Livro resgata fotografias raras da histórica ferrovia.

O pesquisador Anderson Leno Fernandes trabalha há sete anos na garimpagem de fotos, documentos e informações raras sobre “A ferrovia do Diabo”. Sua dedicação resultou no livro “Estrada de Ferro Madeira-Mamoré e Porto Velho – Retratos da História”. Sem imagens “manjadas”, aquelas já popularizadas na internet, a obra será lançada no dia 25 de março, no Porto Velho Shopping; promete uma série de fotografias inéditas, nunca impressas em livro.

Não sendo historiador de formação — é designer gráfico e diagramador há 26 anos —, o autor produziu um livro visualmente rico; um novo olhar para a velha história da ferrovia que funcionou plenamente durante 60 anos (1912/1972) e cuja construção (entre 1907 e 1912) trouxe mais de 20 mil trabalhadores de 50 pátrias, deixando milhares de mortos. Foi preciso construir até um hospital e um cemitério exclusivos para atender à demanda. Os operários morriam de “febres”, de graves problemas sanitários, também ataques de animais e confrontos com indígenas.

Anderson pesquisou durante sete anos. Foto: Divulgação

Anderson é natural de Guajará-Mirim e morador em Porto Velho, cidades distantes 366 quilômetros e que já foram unidos pela ferrovia. O leitor de seu livro terá a oportunidade de viajar no tempo, visualizando os trens seguindo seu curso, de suas paradas, estações, dos tipos de composições para cada tipo de operação e, principalmente, das dificuldades para se manter as máquinas em operação até a extinção da empresa. O livro aborda, ainda, um pouco sobre a história de Porto Velho, cidade nascida em função da ferrovia, e do antigo Território Federal do Guaporé.

Fala do pesquisador

“Livros ilustrativos sobre Porto Velho e a EFMM já existem em diversos formatos. Então, tive o cuidado de elaborar alguns diferenciais; as cores, por exemplo. O livro é totalmente colorido, com fundo sépia, para dar mais vivacidade às ilustrações de época. Não usei nenhuma imagem relacionada ao Museu da USP (Universidade de São Paulo), detentora dos 189 negativos oficiais de Dana B. Merril [fotógrafo nova-iorquino que atuou na época da construção da EFMM] nem do acervo da Biblioteca de Nova Iorque, muito conhecidos e extremamente difundidos em redes sociais. Preferi imagens de bibliotecas nacionais e internacionais, como a Hemeroteca Nacional, Internet Archive (internacional), Arquivo Nacional (RJ) e IEB (Instituto de Estudos Brasileiros), devidamente solicitadas e autorizadas, além de fotos inéditas extraídas de periódicos. Parte das fotos foi colorizada, um trabalho em perceria que já ocasionou em centenas de trabalhos já divulgados em sites como Pinterest, Facebook, Instagram e outros; e textos com diagramação bem dinâmicas e elegantes”.

Sobre o autor

Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista

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