Semana de Arte Moderna está completando 100 anos.
Em 2022 comemora-se o primeiro centenário da Semana de Arte Moderna deflagrada em São Paulo sob a liderança do escritor Mário de Andrade. O movimento mudou a cena cultural com interfaces na literatura, nas artes plásticas e visuais, na fotografia e na música.
Cinco anos após a Semana de 22, Mário de Andrade percorreu uma região que, hoje, compreende parte do estado de Rondônia. O objetivo era fazer um apanhado para o livro “O turista aprendiz”, o primeiro do gênero do Brasil. Em 2015 a obra foi relançada acrescida de notas e imagens.
A aventura de 1927 foi a maior da vida do pesquisador que reescreveu nuances da história do Brasil [como ocorreu também em seu romance ‘Macunaíma’, obra-prima de 1928].
No livro ‘O turista aprendiz’, Mário apresenta fotos de sua autoria mostrando o modo de vida na região ribeirinha e ferroviária que compõe o trecho entre Porto Velho e Guajará-Mirim que ele viajou de maria-fumaça da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, em companhia de Madame Penteado — a mecenas Olivia Guedes Penteado, filha do Barão de Pirapitingui.
O escritor produziu fotografias experimentais bem diferentes daquelas posadas, comuns à época. Fez desenhos a grafite e escreveu com bom humor suas impressões do cotidiano, inclusive foi o único a registrar letras da cantoria de domínio público que havia no trem, anotando expressões regionais hoje em desuso. Foi um relato de viagem, mas também um trabalho antropológico e etimológico.
Uma placa afixada em 2016 na Vila de Santo Antônio — antiga sede do município anexado em 1945 a Porto Velho — nas imediações do Memorial Rondon informa o público que ali estivera, há 95 anos, Mário de Andrade; visita das mais ilustres que pudessem haver. Afinal, ele é o segundo escritor mais aclamado da História do Brasil, atrás apenas de Machado de Assis em denominações de logradouros, escolas e vias públicas.
Original escrito à mão
Recentemente, tive a honra de conhecer o livro original “O turista aprendiz”, escrito à mão, com fotos e ilustrações de Mário. O manuscrito fez parte de uma exposição promovida pela FIESP, em São Paulo, alusiva ao centenário da Semana de Arte Moderna, juntamente com outras produções do escritor ou alusivas a ele, como o retrato em óleo sobre tela assinado por Lasar Segall. A mostra destacou, claro, os demais intelectuais envolvidos no revolucionário movimento cultural de 22.
Patrimônio preservado
A memória de Mário de Andrade é das mais caras ao Brasil. Parte de sua produção está no acervo da USP (Universidade de São Paulo) e muitos objetos de seu uso pessoal continuam guardados em sua residência — casos de seu piano e os óculos que o caracterizavam. A velha casa está muito bem preservada no bairro Barra Funda na capital paulista — ou “Pauliceia Desvairada”, como ele a chamava e intitulou assim seu livro, o primeiro de poesia modernista que também está completando 100 anos.
Coluna no ‘Portal Amazônia’ é homenageada
Uma publicação feita no Portal Amazônia em maio (veja aqui) foi motivo de homenagem na Câmara de Vereadores de Vilhena (sul de Rondônia).
O autor da coluna “JotaÓ Escreve”, Júlio Olivar, recebeu uma Moção de Aplauso proposta pelo vereador Zezinho da Diságua com aprovação unânime dos legisladores.
Na justificativa, o parlamentar afirmou: “Através do trabalho publicado fiquei sabendo como o porquê do nome da minha querida cidade. Isso tem muita importância histórica”.
‘Fake news’ derruba prefeito
O município de Vilhena (sul de Rondônia) teve o prefeito Eduardo Japonês e a vice-prefeita Patrícia da Glória cassados pelo Tribunal Regional Eleitoral. A decisão foi comunicada pela justiça na quinta-feira, 7, ao presidente da Câmara, Ronildo Macedo, que assumiu interinamente a chefia do Poder Executivo até a realização de novas eleições suplementares.
O motivo da perda dos mandatos foi abuso de poder político. Segundo ficou apurado, somente um assessor teria deflagrado mais de 1200 mensagens consideradas ‘fake news’ em pleno horário de expediente na prefeitura para favorecer o prefeito, que concorria à reeleição em 2020.
Jornalista morre de AVC aos 57 anos
Adilson Túlio foi um jornalista popular nas cidades de Vilhena e Cacoal, em Rondônia, onde atuou durante cerca de 20 anos. Passou por emissoras de rádio e de TV, apresentando noticiários e programas policiais.
Natural do estado do Paraná, Túlio estava trabalhando ultimamente em Cuiabá (MT), onde morreu, aos 57 anos, dia 4 de julho em decorrência de um AVC (acidente vascular cerebral).
Sobre o autor
Às ordens em minhas redes sociais e no e-mail: julioolivar@hotmail.com . Todas às segundas-feiras no ar na Rádio CBN Amazônia às 13h20.
*O conteúdo é de responsabilidade do colunista