A organização global da qual faz parte o Time Enactus UFPA movimenta universitários para criar projetos de empreendedorismo em prol de um mundo mais justo e sustentável.
O ano de 2020 representa superação para os integrantes do Time Enactus da Universidade Federal do Pará (UFPA). Os estudantes que desenvolvem projetos de impacto socioambiental em Belém alcançaram o top 4 do Campeonato Mundial de empreendedorismo da Enactus e tornaram-se o primeiro time brasileiro a chegar à rodada final. Na competição on-line entre 37 países, os alunos apresentaram o impacto das ações realizadas para minimizar os efeitos da Covid-19 na Amazônia.
A organização global da qual faz parte o Time Enactus UFPA movimenta universitários para criar projetos de empreendedorismo em prol de um mundo mais justo e sustentável. No último ano, os estudantes paraenses alcançaram mais de 200 mil pessoas em Belém com os projetos Anamã e Costuraê, soluções adaptadas para atender às comunidades vulneráveis durante a pandemia do novo coronavírus.
Iniciativas
O Costuraê promove a independência econômica de mulheres das periferias de Belém por meio da sua inserção no mercado da moda sustentável, com a produção de ecobags e de outros produtos. Desde o início da pandemia, as costureiras têm produzido máscaras de proteção — tradicionais e adaptadas a pessoas surdas, totalizando mais de 7 mil entre vendidas e doadas para comunidade vulneráveis.
Outra iniciativa é o Anamã, que visa combater a poluição dos oceanos. Para isso, o projeto desenvolveu uma ecobarreira que reutiliza garrafas PET para conter o escoamento de lixo nos canais de Belém. Nos últimos meses, o Anamã também tem trabalhado na produção de face shields, equipamento fundamental para a proteção contra a Covid-19.
Durante a pandemia, o Time também desenvolveu campanhas para atender aos mais afetados: comunidades ribeirinhas e das periferias da Região Metropolitana de Belém.
“O momento nos permitiu provarmos que somos uma organização resiliente. que se reinventa para seguir impactando positivamente as pessoas com que atua. Portanto o sentimento foi exatamente este: o de obrigação, já que não paralisamos por completo as atividades dos nossos projetos, e de gratidão, por ver que, durante o período mais duro da pandemia, estivemos lado a lado com as nossas comunidades”, pontua Orlando Haber, estudante de Jornalismo e presidente do Time.
Essas iniciativas foram apresentadas em julho, no campeonato nacional da Enactus, momento em que a equipe da UFPA foi coroada bicampeã entre 40 times brasileiros. A etapa seguinte foi representar o país na competição global, a Enactus World Cup. “Já era incrível ser, por dois anos consecutivos, o melhor Time de empreendedorismo social do Brasil. Agora, estamos entre os quatro melhores do mundo. Quatro entre 1.730 Times de 37 países”, ressalta Orlando.
Foi a primeira vez da Enactus Brasil entre os finalistas globais desde sua fundação, em 1998. Além disso, esta edição da World Cup tem um significado ainda mais especial, pois representa, sobretudo, a possibilidade de mostrar ao mundo um novo olhar sobre a Amazônia. Cenário este que também levou o Anamã à final da 1 Race 4 Oceans, uma premiação que acontece paralelamente ao evento e que determina qual iniciativa Enactus tem maior impacto positivo e sustentável na proteção da vida nas águas.
Para o professor José Augusto Lacerda, coordenador de Empreendedorismo da Agência de Inovação Tecnológica da UFPA e conselheiro da Enactus UFPA desde 2016, o bicampeonato reflete e reconhece o dinamismo de um trabalho feito a muitas mãos. “É sempre uma honra ver nosso brasão no lugar mais alto e a universidade pública demarcando seu protagonismo no campo do empreendedorismo e da inovação social”, comemora.
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