A pimenta-do-reino recoberta foi apresentada com três propostas de embalagens para comercialização no mercado, o kit completo, o pote plástico com 150g, e o pote de vidro de 250g. O produto é resultado da pesquisa que desenvolveu uma película protetora feita de amido de mandioca, e que conserva por maior tempo as sementes, já que possui um biofilme que serve como barreira contra a contaminação por microrganismo durante o armazenamento e transporte, atendendo às normas sanitárias.
Investimentos em ciência
A pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA) foi financiada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), e executada pela Fundação Guamá.
“Esse projeto é um grande exemplo, demonstra o potencial do nosso capital intelectual aqui no Pará para promoção da inovação e tecnologia através da pesquisa aplicada. É um avanço a entrega de um produto de alto potencial comercial porque traz vantagens em relação ao aumento do tempo na prateleira da pimenta-do-reino, e a possibilidade de aumentar a escala disso”, enfatiza Milkson Campelo, gerente de tecnologia e mercados da instituição.
Foram mais de R$ 1 milhão de reais de fomento do Governo do Estado para execução do projeto.
O tempo de validade da pimenta-do-reino para comercialização costuma ser em média de dois anos, já a técnica de recobrimento utilizada preserva a especiaria por um período de até oito anos no tipo de embalagem elaborada, como foi observado na tese de doutorado que deu origem ao projeto.
As características como sabor e aroma da especiaria, assim como aparência foram mantidas no produto final. A criação de uma película para a pimenta-do-reino se mostra como uma alternativa econômica e sustentável ao setor do agronegócio no Pará, aumenta a qualidade do produto, que é muito apreciado pelos paraenses, e ainda tem potencial para virar negócio. O coordenador do projeto explica que uma startup foi personificada, e depende de investimentos para chegar ao mercado.
Fomento
O projeto foi aprovado pela Fapespa em 2021 e finalizado em abril deste ano. As pimentas-do-reino utilizadas na pesquisa vieram de produtores paraenses. O amido de mandioca foi a matéria-prima utilizada na pesquisa por ser biodegradável e não oferecer riscos ao meio ambiente. O trabalho envolveu pesquisadores, professores e alunos dos programas de pós graduação em Engenharia Química, Ciência e Meio ambiente, Inovação Farmacêutica da Ufpa.
“A pimenta do reino apresenta uma sazonalidade que afeta drasticamente o preço tanto para o consumidor como para o produtor, causando grandes transtornos na cadeia produtiva. Pesquisas como essa trazem um benefício enorme para o produtor e para o consumidor final, para a sociedade, porque tem o condão de estabilizar o preço, melhorar a qualidade do produto e, com isso, trazer grandes benefícios para a sociedade de modo geral. O governo do Estado se preocupa com todas as cadeias produtivas do nosso Estado e, com isso, traz benefícios estratégicos para a economia paraense. É isso que a Fapespa vem fazendo, atendendo as designações do nosso governador para fortalecer a bioeconomia, para fortalecer as cadeias produtivas do nosso Estado”, explica o presidente da Fapespa, Marcel Botelho.
*Com informações da Fapespa