Pesquisa realiza mapeamento geológico no Polo Oleiro Manacapuru-Iranduba, no Amazonas

Os dados obtidos podem contribuir para novos estudos sobre o impacto ambiental causado pela degradação das áreas superficiais.

Após mapeamento geológico e análise de campo, estudo constata que a área utilizada pelas empresas do Polo Oleiro Manacapuru-Iranduba, no Amazonas, são as melhores em ocorrência dos depósitos argilosos. Os sedimentos são utilizados como matéria-prima na produção de cerâmica vermelha (tijolos e telhas), para o setor da construção civil do Amazonas.


O coordenador da pesquisa e doutor em Geociências (Geologia Sedimentar), Emílio Alberto Amaral Soares, da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), realizou o mapeamento geológico de campo das unidades argilosas, com descrição dos afloramentos nas áreas de lavra, margens de rios e estradas, bem como efetuou a análise mineralógica, geoquímica, sedimentológica e textural.
Foto: Erico Xavier/Fapeam

O projeto intitulado ‘Estudo estratigráfico, sedimentológico, mineralógico e geoquímico dos depósitos argilosos do Polo Oleiro Iranduba-Manacapuru (AM)’, amparado pelo Programa Universal Amazonas, apoiado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), já foi finalizado.

Na região do Baixo Rio Negro, os sedimentos argilosos estão acumulados em depressões tectônicas desenvolvidas sobre o substrato Cretáceo-Neógeno.  

“Em superfície (afloramentos), destacam-se os depósitos de terraços fluviais antigos e novos, com até 100 mil anos de idade, que guardam registros da dinâmica fluvial do Rio Negro nos últimos milhares de anos”,

explicou Emílio Soares.

Ele complementou ainda que os dados sedimentológicos inéditos de subsuperfície, obtidos por meio de sondagem rotativa, permitiram definir duas unidades sedimentares (inferior= argilo-arenosa e superior= argilosa) nas áreas rebaixadas estudadas. 

Foto: Erico Xavier/Fapeam

As informações coletadas no projeto permitiram a delimitação das áreas de ocorrência das unidades argilosas, bem como a definição da espessura dessas unidades. Esse relatório foi disponibilizado aos oleiros da região e empresas, além das palestras que foram realizadas para divulgação dos resultados.

Os dados obtidos podem contribuir para novos estudos sobre o impacto ambiental causado pela degradação das áreas superficiais. “São importantes para dar base a estudos futuros voltados ao tipo de aproveitamento dos depósitos argilosos nas diversas áreas da construção civil”, afirmou.

Além de pesquisadores do Curso de Geologia e do Programa de Pós-Graduação em Geociências (PPGGEO) da Ufam, a pesquisa contou com colaboradores da Universidade do Estado de São Paulo (Unifesp), Universidade Federal de Roraima (UFRR) e Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

O Programa Universal Amazonas, Edital n° 006/2019, financia atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, ou de transferência tecnológica, em todas as áreas do conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento socioeconômico e ambiental do Amazonas, em instituição de pesquisa ou ensino superior ou centro de pesquisa, públicos ou privados, sem fins lucrativos, com sede ou unidade permanente no Estado.

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