Jaci: nome de deusa da Lua na mitologia indígena é escolhido para novo supercomputador brasileiro

O MCTI e o Inpe anunciaram o resultado da enquete nesta sexta-feira (31). A máquina, agora chamada de Jaci, reforça a capacidade nacional em previsões de tempo, monitoramento ambiental e gestão de riscos climáticos.

Nome é em homenagem à deusa da Lua na mitologia tupi-guarani, companheira de Tupã, nome do antigo supercomputador. Foto: Divulgação/Inpe

O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) anunciam nesta sexta-feira (31) o nome escolhido para o novo supercomputador do Instituto: Jaci, em homenagem à deusa da Lua na mitologia tupi-guarani, companheira de Tupã, nome do antigo supercomputador.

A escolha foi feita por meio de uma votação aberta à sociedade, realizada pelas redes sociais do MCTI e do Inpe, entre 16 e 26 de outubro. Foram mais de 2 mil votos e quatro opções de nomes: Jaci, Arani, Aracy e Arandu, todos inspirados em línguas e mitologias de povos originários brasileiros.

A campanha intitulada ‘Um Nome para o Futuro’ simbolizou a integração entre ciência, tecnologia, cultura brasileira e participação pública.

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Quem é Jaci?

O nome Jaci representa sabedoria, renovação e a força da natureza. O mito apresenta Jaci e Tupã como forças complementares, cuja união reflete o equilíbrio e a harmonia necessários para a existência.

Assim como Tupã, que simboliza o trovão e o poder dos céus, Jaci representa o brilho da Lua e o ciclo da noite, refletindo de forma simbólica a missão científica do Inpe.

Um salto tecnológico para a ciência e a sociedade

Instalada no Centro de Dados Científico do Inpe, em Cachoeira Paulista (SP), Jaci é uma máquina de alto desempenho que multiplica por até seis vezes a capacidade de processamento e amplia em 24 vezes o armazenamento de dados em relação ao Tupã. Com isso, o Brasil avança significativamente na geração de previsões de tempo e clima mais rápidas, detalhadas e confiáveis, fundamentais em um contexto em que os eventos climáticos extremos se acentuam.

A nova máquina permite rodar modelos de previsão de tempo e clima com resolução espacial de até 3 km, um salto em relação aos 20 km do supercomputador anterior. Essa melhoria permite identificar fenômenos locais, como ondas de calor em áreas específicas de grandes cidades, tempestades intensas em regiões delimitadas e efeitos de serras e vales sobre o clima.

Essa melhoria contribui diretamente para a emissão de alertas antecipados de desastres naturais e climáticos, oferecendo apoio estratégico à Defesa Civil, à agricultura, ao setor energético e à gestão pública, além de mais segurança para a população.

Jaci: nome de deusa da Lua na mitologia indígena é escolhido para novo supercomputador brasileiro
Foto: Divulgação/Inpe

Leia também: Conheça 10 deuses que representam a mitologia indígena

Projeto Risc e Monan: infraestrutura estratégica e soberania científica

Jaci é o primeiro supercomputador do Projeto Risc (Renovação da Infraestrutura de Supercomputação do Inpe), financiado pela Financiador de Estudos e Projetos (Finep) com recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT). O projeto prevê a aquisição de outros três supercomputadores até 2028, além da modernização de toda a infraestrutura elétrica, de refrigeração e de armazenamento de dados e da implementação de uma usina de geração de energia elétrica fotovoltaica, tornando o centro de dados do Instituto mais eficiente e sustentável.

No centro desse avanço está o Monan (Modelo para Previsões de Oceano, Terra e Atmosfera), o modelo climático brasileiro de código aberto, desenvolvido para representar com mais fidelidade as condições tropicais e subtropicais da América do Sul. O Monan integra dados da atmosfera, dos oceanos, da superfície terrestre e da química atmosférica, permitindo antecipar ondas de calor, estiagens e enchentes com maior exatidão.

Com a máquina Jaci já em operação, o Inpe entra em uma nova fase da supercomputação científica no Brasil. Essa nova capacidade computacional fortalece as pesquisas sobre mudanças climáticas, permitindo a elaboração de cenários futuros que subsidiam as Comunicações Nacionais do Brasil à Convenção do Clima e a participação do País em iniciativas internacionais, como o CMIP do IPCC, consolidando o instituto como referência em ciência, tecnologia e soberania climática.

*Com informações do Inpe e do MCTI

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