Dados sobre florestas brasileiras são lançados em plataforma digital

Além das informações em formato de planilha, a nova plataforma inclui painéis interativos que permitem filtrar as informações referentes ao levantamento biofísico, botânico e socioambiental do IFN.

O Serviço Florestal Brasileiro (SFB) lançou uma plataforma para disponibilizar os dados abertos do Inventário Florestal Nacional (IFN). Além das informações em formato de planilha, a nova plataforma inclui painéis interativos que permitem filtrar as informações referentes ao levantamento biofísico, botânico e socioambiental do IFN. Os dados estão disponíveis pelo Sistema Nacional de Informações Florestais (SNIF).

Participaram da abertura do evento, o diretor-geral do SFB, Garo Batmanian, a secretária-executiva adjunta do MMA, Anna Flávia Franco, a secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais, Rita Mesquita, os presidentes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, e o diretor de Pesquisa Científica do Instituto de Pesquisa do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ), Leonardo Salgado.

O diretor-geral do SFB ressaltou a importância da nova plataforma para ampliar o acesso à informação. “Informação que não é compartilhada é como informação que não existe e as pessoas não usam”, disse. “É como uma biblioteca com a porta fechada, ninguém lê os livros, então, é como se eles não existissem”.  Batmanian acrescentou que o IFN é resultado de uma ampla articulação, envolvendo servidores, pesquisadores, professores, profissionais de campo e organismos internacionais e nacionais que financiam as atividades do IFN.

Anna Flávia Franco disse que o MMA possui cerca de 154 conjuntos de dados   ambientais disponíveis em formato aberto e padronizados para fácil análise e reutilização pela sociedade. Nesse contexto, segundo ela, o IFN é um dos bancos de dados mais importantes nesse processo porque apresenta dados coletados em todo o País. “Temos quase 60% do território nacional coberto por florestas. A informação do IFN tem uma relevância muito grande sobre a ótica da representatividade nacional, inclusive para o planejamento territorial brasileiro”.

Para a secretária Rita Mesquita, o nível de refinamento da base de informações do IFN vai permitir “ampliar as camadas de informação que existem ainda de forma um pouco incipiente, em especial, o mapeamento dos ecossistemas brasileiros”. Com isso, ela avalia que o País terá um importante instrumento para amparar as decisões e escolhas relativas ao manejo, conservação e restauração vegetação nativa.

O presidente do Ibama destacou a importância dos resultados do IFN para iniciativas de restauração florestal realizadas pelo órgão. Já o presidente do ICMBio citou que as informações serão fundamentais no processo de definição de novas áreas de proteção. “Precisamos realizar estudos sobre aspectos sociais, econômicos, territoriais e da biodiversidade. Essas informações são extremamente valiosas tanto para o processo de criação de unidades de conservação, como também para sua implementação e recuperação”, explicou Pires.

O representante do JBRJ enfatizou a importância do IFN para a botânica brasileira, para a estruturação de herbários e capacitação dos profissionais. “Essa parceria entre o JBRJ e o SFB, por meio do Inventário Florestal Nacional, permitiu, inclusive, a estruturação de outros programas bastante relevantes, como o programa Reflora e o catálogo da flora e fauna do Brasil”, mencionou Salgado.

O Brasil tem 4,96 milhões de km2 de florestas, o que representa praticamente 60% de todo o território nacional. A rica biodiversidade do nosso País, que é o maior em área de florestas tropicais do mundo, tem grande importância social, econômica e ambiental para os brasileiros e o resto do mundo.

Diante disso, o Inventário Florestal Nacional é a ferramenta que mantém informações estratégicas sobre os recursos florestais naturais e plantados. Com metodologia única de coleta de dados para todos os biomas, o IFN busca coletar, analisar e divulgar não só dados qualitativos e quantitativos das florestas, como também das comunidades que vivem nos arredores. O objetivo é orientar políticas públicas, investimentos e atividades na área florestal, além de também incentivar a pesquisa científica.

Balanço

Mais de 125 mil amostras botânicas já foram coletadas em mais de 10 mil pontos amostrais distribuídos a cada 20 km em um total de 19 unidades da federação, alcançando quase 60% do território nacional. Mais de 900 mil árvores foram mensuradas e catalogadas, 8,4 mil espécies identificadas e 13 novas espécies confirmadas. Mais de 38 mil pessoas foram entrevistadas nas comunidades que vivem nessas regiões.

Em relação aos biomas, 100% do Pampa foi inventariado, 71% da Caatinga, 78% do Cerrado e 58% da Mata Atlântica. Na Amazônia, os trabalhos já foram realizados em 44% do bioma. O próximo a ser inventariado é o Pantanal.

Atualmente, o IFN é apoiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (IICA), pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES), por meio do Fundo Amazônia, e pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

*Com informações do Serviço Florestal Brasileiro

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