Antropologia forense é usada no Amazonas para identificar ossadas humanas

A especialidade tem por objetivo realizar a perícia em ossada humana, utilizando ferramentas que são capazes de identificar a causa da morte e outras informações.

Buscar dados suficientes para se chegar à identificação de uma vítima é uma das missões dos peritos do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), órgão vinculado à Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM). No Amazonas, além dos métodos já conhecidos como o odontológico, o necropapiloscópico e o de DNA, a polícia científica utiliza, também, a antropologia forense.

A especialidade tem por objetivo realizar a perícia em ossada humana, utilizando ferramentas que são capazes de identificar a causa da morte, o tempo decorrido, o sexo, a idade, estatura e demais elementos que caracterizem uma determinada pessoa.

A odontolegista do DPTC, Izabella Goetten, explicou que toda ossada que é encontrada, passa por uma série de processos a serem realizados no setor de antropologia, uma delas é a radiografia.

Após a radiografia, o cadáver passa pela identificação do perfil biológico da pessoa, e antropométrica, para avaliar seu gênero, o peso, a altura, entre outros aspectos físicos daquele indivíduo.

“O cadáver é processado para ser analisado, após esse processamento, nós analisamos osso por osso para tentar traçar um perfil biológico. O perfil biológico é composto pelo sexo, idade, estatura, ancestralidade, e após isso, conseguimos afunilar um possível dado suposto para jogar no banco de dados de desaparecidos e conseguir encontrar identificar a pessoa”, ressaltou a odontolegista.

Casos solucionados

Foi por meio deste método que as equipes do DPTC conseguiram identificar que uma ossada encaminhada ao IML, em fevereiro deste ano, era compatível com a de um homem de 26 anos, que estava desaparecido há alguns meses. A vítima foi identificada após os peritos notarem placas ortopédicas no cadáver.

“No mês de fevereiro deu entrada no IML, um cadáver no processo de semi-esqueletização, ou seja, em um avançado estado. E, durante o processo da radiografia, nós verificamos que ele tinha vários traumas que provavelmente tenham sido cometidos ainda em vida, e também notamos que tinha realizado alguns procedimentos cirúrgicos ortopédicos, porque ele apresentava placas em alguns ossos do corpo dele”, disse a perita.

Após uma análise minuciosa da equipe, os profissionais localizaram a partir do número de protocolo das placas, o local em que homem fez as cirurgias e o nome dos familiares.

Apoio às famílias

Fotos: Carlos Soares/SSP-AM

Izabella ressalta a importância que a antropologia forense e o serviço de psicossocial proporcionam às famílias de maneira humanitária, na identificação do cadáver e entrega para realizarem o sepultamento.

“Toda vez que chegam familiares à procura de um ente desaparecido, eles são direcionados ao psicossocial do IML, onde eles conversam, entendem a situação, preenchem um formulário onde constam algumas informações, esses dados são fundamentais para a nossa análise, durante a comparação”, ressaltou.

*Com informações da Agência Amazonas

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