Grupo Rede Amazônica – Uma história, um legado

Grupo Rede Amazônica a caminho dos 50 anos.

No decurso da história da Amazônia, no imaginário que, ao longo do seu contexto, até o início do século XX, vinha se reproduzindo na ideia de um território despovoado e isolado dos demais territórios do Brasil. Porém, a partir da década de 1960, esse fato começou a ser quebrado por conta da determinação dos jornalistas Phelippe Daou, Milton de Magalhães Cordeiro e o publicitário Joaquim Margarido que, juntos, resolveram, através das comunicações, apresentar a Amazônia não somente para o Brasil, mas para o mundo.

Tudo começou com a criação de uma empresa de publicidade chamada “Amazonas Publicidade”, fundada em 30 de setembro de 1968. Naquele mesmo ano, o Ministério das Comunicações abriu uma concorrência pública para a implantação de mais um canal de televisão, em Manaus, pois, à época, só existia a TV Ajuricaba. Dessa forma, Phelippe Daou apresentou um projeto de implantação de uma televisão, enfrentando o desafio de ocupar a Amazônia com o veículo de comunicação.

Em junho de 1969, a concorrência pública foi vencida e logo foi constituída a empresa Radio TV do Amazonas Ltda. No ano de 1970, a empresa recebeu a outorga da concessão do canal, com prazo de dois anos, para levar ao ar a nova emissora. Durante esse período, foi feita a aquisição de equipamentos técnicos nos Estados Unidos, cuidados necessários com projeto técnico e, principalmente, a escolha do local da sede e da torre transmissão.

Após todo esse período de ajustes, a Rede Amazônica, canal 5, foi inaugurada no dia 1 de setembro de 1972, ano do Sesquicentenário da Independência do Brasil. Depois de trinta dias de testes experimentais, sua projeção tornava a emissora como a primeira no Brasil a ser projetada a cores. Nessa ocasião, foi adotado o lema de autoria do então Presidente General Emílio Garrastazul Médici “Amazônia – desafio que unidos venceremos”. Nessa época, a empresa abraçou o compromisso de integrar as pequenas comunidades das mais longínquas e isoladas barrancas do imenso território amazônico, levando cidadania e fazendo um jornalismo sério.

Senador Bernardo Cabral, jornalista Phelippe Daou e Sra. Cláudia Daou Paixão e Silva e o ex-Ministro Euclides Quandt de Oliveira. Foto: Reprodução/História Rede Amazônica (Abrahim Baze)

Quanto à sua programação, naquele período, a Rede transmitia programas adquiridos da TV Record, Fundação Padre José de Anchieta de São Paulo e da TV Cultura do Rio de Janeiro, além de filmes e seriados adquiridos de distribuidores de filmes como a FOX e a Columbia. Na área esportiva, usavam materiais comprados em Miami, Rio de Janeiro e São Paulo. Sua programação mesclada manteve-se durante um ano, até que, no mesmo período, surgiu a TV Bandeirantes dando os primeiros passos para formação de uma rede nacional. Em 1973, a Rede Amazônica tornou-se afiliada da Rede Bandeirantes e passou a exibir uma programação mais variada, com esporte, shows, desenhos e filmes de sucesso. Desde a sua inauguração a empresa utilizou VT com imagens da Amazônia, ao som do hino nacional na abertura e encerramento da programação.

A partir de 1983, as emissoras da Rede Amazônica de Porto Velho/RO, Rio Branco/AC, Boa Vista/RR e Macapá/AP unificaram-se e, na oportunidade, todas já eram afiliadas Rede Globo. Em 1986, a Rede Amazônica, em Manaus, passou a filiar-se a Rede Globo. Nesse cenário, com a programação unificada, foi possível a utilização de um canal no satélite Brasilsat, que possibilitou a transmissão de programas produzidos, em Manaus, para as demais emissoras da Rede.

Diretor da Central Globo de Afiliadas e Expansão, Francisco Góes, discursando na inauguração da nova sede da Rede Amazônica. Foto: Reprodução/História Rede Amazônica (Abrahim Baze)

Vencido o compromisso de integrar a Amazônia, hoje, no século XXI, o Grupo Rede Amazônica, está a porta de completar meio século de existência e continua sendo uma empresa que ao longo de todo seu trajeto, luta pelos interesses da Região Amazônica e procura fazer um jornalismo dentro da liberdade de imprensa e da ética. Ademais, tem como propósito participar de tudo que se relaciona com o nosso Estado e com a Região, tomando para si a missão de erguer o futuro, permanecendo na caminhada e registrando belas páginas no setor das comunicações na Amazônia. 

É por todo esse compromisso com a nossa Região que o Grupo Rede Amazônica tem o firme posicionamento de continuar vivendo a nossa história como uma lição de vida, fruto de um legado sério, gerando bem-estar a uma vasta Região e de seu povo. Por isso, diante da era digital, o Grupo assumiu, também, o compromisso de alcançar o telespectador, com alta qualidade, onde ele estiver, aos seus mais importantes meio de informação e entretenimento, de forma interativa, a qualquer hora, em qualquer lugar: em casa; no carro; no celular ou no aparelho portátil fora de casa; através da TV Digital.

Por fim, no contexto de seu legado, também estão as empresas do Grupo que contribuem com o desenvolvimento de nossa Região e se destacam em qualidade de seus serviços: o Amazon Sat, que é a cara e a voz da Amazônia; o Portal Amazônia, que é a internet verde; as rádios CBN Amazônia Manaus 101.5, CBN Amazônia Manacapuru 96.3, CBN Amazônia Rio Branco 98.1, CBN Amazônia Macapá 93.3, CBN Amazônia Belém 102.3, CBN Amazônia Guajará-Mirim 93.7 e CBN Amazônia Porto Velho 101,9; o Centro de Convenções Studio 5 – Festival Mall; e a Fundação Rede Amazônica que é uma instituição sem fins lucrativos a serviço da sociedade e do desenvolvimento da Amazônia, como braço social do Grupo Rede Amazônica.

Discurso proferido pelo Dr. Phelippe Daou durante a inauguração das novas instalações da Rádio TV do Amazonas

Consideramos todos os presentes amigos para sempre. E desejamos sinceramente que a recíproca seja verdadeira.

Neste clima de fraternidade, queremos aproveitar a ocasião para prestar contas do que temos feito nesses vinte e três anos de vida, relembrar um pouco da nossa história, pois quem não tem histórias para contar passou em branco pela vida e apresentar alguns personagens que nos ajudaram a fazer essa história e que talvez não se lembrem nem imaginem quanto foram e são importantes para nós.

Tudo começou em 1.º de setembro de 1972, com a inauguração da TV Amazonas na avenida Carvalho Leal. O país festejava os cento e cinquenta anos de sua independência politica, a televisão brasileira comemorava a chegada das cores à telinha. Manaus era integrada ao plano nacional de telecomunicações e nós, engajados nesses três fatos históricos, começávamos nossas operações com equipamentos fabricados para exibições em cores.

Essas felicíssimas coincidências fizeram-nos ganhar do então Ministro Hygino Corsetti a declaração de que nosso empreendimento era muito ousado.

1974 foi o ano da formação da tão sonhada Rede Amazônica, com as inaugurações da TV Rondônia em 13 de setembro, da TV Acre, em 16 de outubro, da TV Roraima, em 23 de dezembro e, finalmente da TV Amapá, em 25 de janeiro de 1975. Em cinco meses, montamos quatro geradoras – um recorde. De lá para cá fizemos a ocupação do interior dos cinco estados a que servimos, com a instalação de 110 repetidoras e retransmissoras, das quais seis já em transformação para minigeradoras, quatro estações de rádio, um Canal permanente de satélite que faz a ligação da programação da Rede Globo com a nossa programação; e uma sucursal em Brasília, que acompanha os atos e ações relacionados exclusivamente com a Amazônia.

Prezados amigos, com este acervo é lícito pensar, principalmente visto de fora, que nos considerávamos realizados. Ledo engano, em radiodifusão para não mencionar outras áreas, é tão veloz e avassalador o desenvolvimento tecnológico que quem admitir que está realizado parou no tempo e no espaço e, se parou, ficou.

Por isso, com este ato, estamos começando a segunda fase da Rede Amazônica, que tem exigido muito mais esforço e dedicação do que na primeira etapa.

A TV Amazonas, que hoje entregamos ao público, é uma emissora inteiramente nova, com equipamentos de áudio e vídeo de última geração e um sistema irradiante totalmente novo. Ao lado dela, está uma produtora também moderna, montada na Torre da Criação, que é aproveitamento de parte da estrutura da antiga torre da TV Amazonas, homenagem que prestamos ao seu construtor engenheiro Pedro Sampaio e ao empresário Modesto Nóvoa, que forneceu todos os tijolos para o fechamento do prédio. Integra-se ainda ao empreendimento, prédios de apoio, abrigando serviços auxiliares, restaurante, casa de força bem equipada.

No curso deste ano, contamos também poder inaugurar a nova TV Acre, assim como ampliações de monta na TV Rondônia, TV Roraima e TV Amapá. Instalaremos, ainda, 37 repetidoras em municípios recém-criados, distribuídos pelos cinco estados e, por igual, outras minigeradoras em cidades mais desenvolvidas, atendendo a reclamações de suas populações.

Prezados Amigos, esta empresa é feita de ideal, de trabalho, de humildade e gratidão. Assim que, na largada de sua segunda fase, é imperioso apresentar pessoas que acreditaram na nossa cruzada e criaram condições para que se realizassem a cobertura da imensidão verde pela televisão.

Comecemos pelo comandante Euclides Quandt de Oliveira, então Ministro das Comunicações, aqui presente com a sua Exma., esposa, dona Maria Oliveira.

A TV Amazonas estava funcionando, já havíamos vencido a concorrência e nos preparávamos para montar a TV Rondônia, quando ganhamos a concorrência da TV Acre. Participamos ainda de três outros editais de concorrência: Boa Vista, Macapá e Belém. Desses três, só poderíamos ter mais dois canais se vencêssemos, pois a Lei só permite a cada empresa possuir 5 geradoras.

Chamados a assinar o contrato para a exploração da TV Acre, comparecemos ao Gabinete do Ministro. Firmamos os documentos. Os funcionários retirou-se e ficamos só nós dois. O Ministro, com o seu olhar firme e fala tranquila, interpelou-nos: vocês vão mesmo montar esses canais? Foi um choque. Um pouco embaraçados, respondemos: vamos, Ministro, aguarde. Despedimo-nos.

Aperto de mãos e lá fomos nós, cabeça a mil. Conjecturas de toda ordem. O nosso primeiro pensamento: já estariam em ação os que nada fazem e, não desejam que os outros o façam, por isso que sempre procuramos contaminar seu caminho!

Prossigo no meu depoimento pessoal, pois essa ocorrência jamais foi revelada aos meus companheiros da diretoria. Na viagem de volta a Manaus, fazendo uma profunda reflexão sobre a indiscutível verdade de que Deus ensina o caminho certo por linhas tortas, cheguei à conclusão de que a interpelação do Ministro era o sinal de que ele gostaria de ver realizado o nosso plano, porém, tinha dúvidas, se isso realmente aconteceria. Pois era tarefa das mais espinhosas implantar televisão, que na época era mito sagrado, numa região com a nossa tão distante, tão carente e tão difícil de acesso. Além disso, comunidades descrentes por engôdos passados tornavam mais dolorosa a nossa jornada.

Toda essa reflexão redobrou o nosso entusiasmo de fazer e vencer. E nos lançamos à luta. Uma sopa de pedra aqui, uma solidariedade mais forte acolá, foi-nos levando ao destino.

Nesse meio tempo, apareceu na Zona Franca de Manaus um aparelho Sony, denominado videocassete, que gravava e reproduzia sons e imagens. Ninguém conhecia, era novidade no país e o seu uso, de natureza doméstica.

O representante da Sony nos emprestou o aparelho para teste. O nosso técnico, de saudosa memória, Carlos Pina, fez as experiências e, foi um sucesso. Com alguma modificação, o aparelho gravava e reproduzia imagens em cores. A partir daí, fomos a primeira televisão a usar esse equipamento no país, sob os gracejos de muitos. Estava resolvido o grave problema da instalação e do funcionamento de nossas televisões. O sistema irradiante estava garantido pelas antenas e transmissores da Maxwell, indústria nacional, a cargo do nosso amigo Jorge Edo, para nossa alegria aqui presente e, assim foi possível marcar as datas de inauguração da TV Rondônia e da TV Acre.

O Ministro Quandt de Oliveira não pôde comparecer à inauguração da TV Rondônia. Confirmou, porém, presença na inauguração da TV Acre. Era a primeira vez que um Ministro das Comunicações visitava a capital acreana. Fez-se acompanhar do seu chefe de gabinete, Dr. Castello Branco, que ao desembarque, deu-nos esta senha: o Ministro veio conhecer a TV Acre.

O Ministro chegou antes da hora da inauguração. Visitou toda a casa, um prédio em ruínas reconstruído de onde, em breve, nos mudaríamos para um prédio novo.

Conheceu os valores videocassetes, inspecionou o transmissor, a torre estaiada, a antena e, quando alguém procurou justificar a torre estaiada, disse em tom de brincadeira: não há exigência legal sobre tipo de torre. Se vocês pudessem conseguir um Anjo para assegurar a antena no espaço, a norma estaria cumprida.

Depois da visita, o ato solene, inicio das operações da emissora, com o Hino Nacional Brasileiro, nossa marca na abertura e no encerramento das programações diárias de todas as nossas emissoras. Seguiram-se discursos e, no final, falou o Ministro. Uma rápida apreciação da alta importância do empreendimento para a população do extremo setentrião brasileiro, que só sabia dos fatos muito tempo depois de sua ocorrência.

Fez uma pausa, como que nos chamando à lembrança aquela pergunta no seu gabinete e, deu-nos um choque de profunda emoção. Ele disse mais ou menos assim: Quero anunciar, agora, que esta empresa acaba de vencer as concorrências de Boa Vista e Macapá. Difícil descrever o que aconteceu com os diretores presentes. Havia lágrimas de alegria em todos os olhos. Alegria não era só pela conquista material, mas, pela certeza de que havíamos tirado as dúvidas do Ministro e, a Amazônia conquistara um verdadeiro Amigo, que concedeu à região uma legislação, permitindo a expansão da radiodifusão, nos confins pátrios.

Naquela hora, também compreendemos a razão de um telefonema que recebemos, dias antes do Ministério, indagando: Vocês estão participando de 3 (três) editais de concorrência: Boa Vista, Macapá e Belém. Só terão direito a dois, se vencerem. A qual vocês renunciam? A reposta foi simples: Belém.

Não há dúvida de que Belém era o mercado mais atrativo, porém, já possuía outros canais de televisão funcionando. Macapá, não. E o nosso objetivo sempre foi de ocupar o espaço vazio.

Seguiram-se, depois, as inaugurações da TV Roraima e da TV Amapá nas das já referidas. Não pode o Ministro comparecer a elas. Mandou mensagens cumprimentando pelos eventos. O telegrama referente à TV Amapá coroando a formação da Rede Amazônica foi tão carinhoso e significativo que o saudoso companheiro Antônio Assmar, seu diretor, todas as vezes que o lia, tinha a voz embargada e as lágrimas rolavam pela face. Concluída a Rede, pedimos autorização para iniciar a montagem das retransmissoras de TV nos municípios amazônicos. Seriam não-instantâneas, ou assíncronas como define o dicionário técnico. Era assunto considerado impossível, em face da legislação vigente à época.

O Ministro mandou examinar o assunto nos diversos órgãos. Fizemos o acompanhamento, quase corpo a corpo. Ouvimos muitas chacotas e respeito. Repetir o sinal gravado em fita, transportada em canoa, barco a motor ou avião – coisa rara na época, ao hinterland amazônico – chegava a ser inconcebível. De alguns técnicos mais intransigentes, ouvimos a sentença: Não há norma e não podemos examinar o pleito. A esses, dizíamos com muita calma: Estamos aqui, exatamente porque não há norma para o assunto, pois, se houvesse, estaríamos requerendo e não pedindo.

Era o pleno exercício da cidadania. A luta foi árdua, mas vitoriosa pela decisão do Ministro Quandt de Oliveira.

A Portaria autorizando o funcionamento da retransmissora de Guajará-Mirim marcou o início de uma nova era para a televisão interiorana. A partir dela, multiplicaram-se as retransmissoras e repetidoras na região e, para que tenham uma ideia do que foi a nossa luta para abastecê-las, houve tempo em que movimentávamos de 6 a 7 mil fitas, para abastecimento de 250 videocassetes Sony. Uma loucura! Hoje, tudo cedeu lugar ao satélite. As repetições de sinais são instantâneas, avanço vertiginoso da tecnologia.

O Ministro Quandt de Oliveira, em meio à febre das retransmissoras, um dia aceitou o nosso convite para a inauguração das nossas unidades em Tabatinga e Tefé.

Em Tabatinga, tivemos o bispo de Letícia e o padre, hoje bispo Dom Alcimar Magalhães da Diocese de Solimões, abençoado a estação, que se transformou numa bela confraternização de brasileiros, colombianos e peruanos de Ramon de Castillo. Ali, nós da Rede, confirmamos que todos os começos são difíceis, pois é o lema da Diocese de Letícia.

Em Tefé, Ministro, o senhor recebeu, entre muitas outras homenagens, o abraço de uma velhinha, que lhe disse entre lágrimas: Ministro: Agora somos gente. Foi certamente a mais perfeita definição da importância daquela cerimonia e do profundo agradecimento das populações interioranas pelo novo tempo que lhe assegurava a televisão. Nós observamos a sua emoção. Testemunhando e certificando-se do acerto de seus atos, deferindo a instalação de retransmissoras e repetidoras em toda a região, não como exclusividade para a nossa empresa, mas para todos quantos tivessem condições legais para fazê-lo.

Ministro Euclides Quandt de Oliveira, foi necessário todo esse detalhamento para lhe afirmar que, desejando ou não, o senhor nos proporcionou esta grande e sábia lição. A autoridade quando tem dúvida, deve esclarecê-la, para evitar erros irreparáveis se apoiar uma ideia ou um pleito indevido, ou para não cometer a injustiça de inibir ou impedir a concretização de um saudável e necessário empreendimento. Em verdade, o administrador consciente conjuga a lei com o bem-estar publico, como foi o seu caso. Justiça também se faça ao seu modo isento e elevado de agir. Damos o nosso testemunho de que sempre transitamos com os nossos pleitos no seu Ministério, sem necessidade de recomendações ou acompanhamentos especiais. Por tudo isso, a nossa gratidão.

Ministro Quandt de Oliveira, queremos, ainda, na sua esposa – já que ambos não puderam comparecer por compromissos outros – tributar os seguintes agradecimentos: ao Dr. Rômulo Furtado, então secretário-geral do Ministério, pela agilização da nova legislação para a radiodifusão na Amazônia; ao coronel Hélio Loro Orlandi, então diretor-geral do Dentel, pela assinatura da Portaria da retransmissora de Guajara-Mirim, por onde tudo começou e, pelos benefícios que se seguiram à região, depois de sua visita a Manaus.

Queremos, também, reverenciar a memória do então consultor jurídico, depois diretor-geral do Dentel, o saudoso amigo Rubens Bussacos, que amava a Amazônia como sua própria terra. Sua esposa, Sra. Neide Bussacos, por compromissos de família também não pôde comparecer.

E, agora, queremos apresentar a todos o pai da ideia das retransmissoras e das repetidoras não-instatâneas: o engenheiro Deolindo Teixeira, aqui conosco com a sua Exma esposa. Ele foi o fiscal do Dentel na liberação de várias estações que formaram a Rede Amazônica. Empolgou-se com a região. Com o funcionamento da TV Roraima em 23 de dezembro e sabendo que a Rede estaria concluída com a TV Amapá no mês, Delindo virou-se para mim e perguntou: E agora? Por que não pensar nos municípios mais distantes e mais carentes de informação e de entretenimento? Embora nossas contestações, ele teve resposta para todas as dificuldades. Saímos de Boa Vista naquela antevéspera de Natal, ansiosos, ambos, para nos juntarmos às nossas famílias, com o requerimento das retransmissoras praticamente alinhavado. O resto todos já sabemos. A nossa gratidão, amigo Deolindo.

Prezados amigos da Rede Globo, queremos agradecer aos diretores e funcionários da Globo todas as atenções que deles temos recebido. A parceria se pratica plenamente, em clima de fraternidade e respeito mutuo. Estamos satisfeitos com os resultados desse relacionamento altamente profissional, do que são prova os frutos que estamos colhendo, a começar desta inauguração.

Imperioso, porém, destacar, em tudo isso, a ação dinâmica da Central Globo de Afiliadas e Expansão, sob o firme comando de Evandro Guimarães, pois, através dela, nos chegam os maiores suportes que norteiam os nossos novos caminhos.

A sua equipe, amigo Evandro, está a mil, no mesmo ritmo do chefe. E queiramos, ou não, andamos na mesma velocidade. Saiba que, para nós, isso é muito agradável. Temos aprendido muito e, em função disso, realizado muito mais. Permita-me destacar, por dever de gratidão, esse fabuloso Francisco Góes, que não confunde o profissional com o amigo, mas procede sempre como gente, que não procura levar ninguém para baixo, mas sempre para o alto. Francisco Góes foi o autor da ideia deste prédio, para unificar todos os nossos Departamentos. Tudo junto, dizia ele é, segurança de decisão mais rápida, administração mais eficiente, certeza de melhores resultados, Estava certo, certíssimo. Já experimentamos isso, desde os primeiros dias.

Seguem-se o Roberto Kotsubo, com sua paciência oriental, ensinando os caminhos da boa formação profissional, principalmente na área comercial, o José Andrade, o mestre dos estúdios, o professor emérito dos cinegrafistas e dos outros profissionais das externas, o Luís Navarro, que sempre esteve à disposição para dar melhor aproveitamento aos espaços deste prédio e dos prédios de outras emissoras da Rede, do Eduardo Bicudo, embora mais novo na equipe, já com a mão na massa, ajudando-nos na área técnica e na formação profissional. E outros colaboradores da C. G. A. E., que seria longo enumerar, todos muito solícitos e atenciosos com os nossos pedidos. Muito obrigado por tudo, principalmente por acreditar em nossas ideias de efetiva integração da Amazônia à economia nacional.

Amigos empresários, esta festa é também de vocês. Se estamos modernizando, sempre, as nossas instalações, é porque jamais nos faltou sua confiança na prestação dos serviços contratados. É certo que temos exercido uma parceria de alto nível. Estamos sempre juntos, fortemente solidários nos movimentos em defesa da região. Há muitos empresários, aqui na Amazônia toda, que sabem que os guardamos na mente e no coração, por seus procedimentos corretos, corajosos, elevados, numa clara demonstração de que a Amazônia tem sido brava gente. Muitos nomes gostaríamos de pronunciar neste instante, mas deixamos de fazê-lo para não sermos traídos pela omissão, tão comum em ocasiões como esta, em que a emoção tudo supera. Continuemos caminhando juntos, porque a estrada é longa, as vezes dolorosa, mas plenamente recompensável, porque visa ao bem-estar de todos.

Amigos de tantas batalhas, amigos de longa data e muitas jornadas, amigos que nós queremos bem, onde a fraternidade não se confunde com a conveniência, igualmente gostaríamos de pronunciar os seus nomes por inteiro, para que os demais conhecessem as forças que vocês nos dão nas horas amargas a que todos estamos sujeitos. Saibam, porém, aqui dentro, – o coração bate de alegrias por vê-los presentes, simples, mas vivendo, fortemente, as mesmas alegrias que estamos sentindo. Saúdo a todos a na pessoa de Jacques Kellner, que veio de longe, de Nova Iorque, para prestigiar este ato, pois viu nascer a Rede e nos acompanha desde a primeira hora.

Companheiros da Rede Amazônica, a todos os companheiros da diretoria e de todos os Departamentos da Rede, dos chefes aos menos graduados, a nossa gratidão por tudo o que têm feito, pelo êxito da empresa. As celebrações não aconteceriam, se vocês todos não tivessem feito alguma coisa para que isso as realizasse. Nós os abraçamos a todos, com muito carinho e afeto, na pessoa do nosso companheiro Mílton de Magalhães Cordeiro, diretor-superintendente e diretor de Jornalismo.

Queremos ainda apresentar os nossos agradecimentos ao engenheiro Arnoldo Gomes da Costa, construtor desta obra, à arquiteta Nádia Teresa Daou Muniz, responsável pela arquitetura interior, ao engenheiro Nilson Fujisawa, da Line-Up, empresa que nos deu assessoria no projeto e na instalação da área técnica, que obedece ao comando do diretor Nivelle Daou Júnior. E a todos os operários ou prestadores de serviço, que participaram desta construção, também o nosso reconhecimento. Agradecemos, também, ao esforço redobrado do Departamento Comercial, para que não faltassem recurso para esta obra.

Senador Bernardo Cabral, amigo há mais de 40 anos, comprovando o valor de uma amizade sincera, onde não pontifica o interesse, saudamos, na sua pessoa, todos os parlamentares presentes, federais, estaduais e municipais. Muito obrigado pelas presenças e pleno sucesso no exercício de seus mandatos.

overnador Amazonino Mendes, na sua pessoa, cumprimentamos e agradecemos a presença de todas as autoridades, civis e militares. E gostaríamos de que nos permitisse uma inconfidência, pois é difícil para um eterno repórter guardar silêncio sobre os arrojados planos que o senhor dará início, neste verão, na Zona Leste de Manaus, fazendo da Cidade Nova e adjacências a Cidade Nova que todos desejamos, principalmente os seus 450 mil habitantes, integrando-se a bela capital de hoje, cuja, construção o senhor iniciou na sua administração na Prefeitura, de onde saiu para o Governo do Estado. Governador Amazonino Mendes, decisão o senhor tem e, para executar as obras, o senhor também conta com o amigo e atual prefeito Eduardo Braga.

Prezados amigos, novamente eu lhes peço permissão para falar em nome pessoal. Muito obrigado a todos os familiares e parentes que vieram de longe para se juntar a nós, num verdadeiro ato de fé, na comemoração deste dia.

E para os que ainda não a conhecem, quero apresentar a madrinha desta empresa e de todos os nossos empreendimentos.

Dona Nazira Daou é mais que tudo isso. É minha mãe querida, rainha muito amada de nossa família. Através dela, abraço, com muito respeito e amor, todas as mães da nossa Amazônia. Se quem tem mãe, tem um tesouro, posso afirmar que, quem tem uma mãe maravilhosa, como Dona Nazira, que abençoa diariamente todos os seus filhos, desejando-lhes saúde, felicidade e proteção de Deus, então, tem tudo na vida. O seu bendito nome, honra e dignifica este prédio.

Exmas autoridades, prezados amigos, por último, o nosso profundo agradecimento ao Senhor de todas as coisas, pois sem ele nada é possível neste mundo. Mais uma vez, valemo-nos do nosso velho e amigo Carlinhos e Seu Teclado Mágico e do Coral do Teatro Amazonas, sob a regência do maestro Zacarias Fernandes da Costa, para render-lhe este tributo de gratidão, com a interpretação da verdadeira oração, em forma de canção do Rei Roberto interpretação da verdadeira oração, em forma de canção do Rei Roberto Carlos.

Muito obrigado a todos. 

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