Poluição: no Brasil, aves estão fazendo ninhos com resíduos plásticos

Uma reportagem da Agência Brasil, publicada em 25 de março, destacou um dado preocupante: uma pesquisa da Universidade Federal do Pará (UFPA) revelou que o japu-preto, ave que habita o litoral do Pará, passou a utilizar fibras e cordas de plástico provenientes da poluição para construir seus ninhos.

Em entrevista ao programa Tarde Nacional, da Rádio Nacional da Amazônia, nesta segunda-feira (24), a mestre em oceanografia e pesquisadora da UFPA, Adrielle Caroline Lopes, explicou que essa espécie tem se tornado um bioindicador da poluição ambiental, evidenciando o excesso de resíduos na região.

“O estudo teve início em 2022, na região costeira do Pará, a partir da observação dos ninhos do japu-preto, que começaram a apresentar uma coloração azul devido à presença de materiais de pesca, como fibras e cordas plásticas, principalmente descartadas em áreas de manguezal”, detalha a pesquisadora. De acordo com a pesquisa, 97% dos ninhos dessa espécie na região são construídos com materiais plásticos descartados.

Adrielle Lopes adianta que a próxima fase do estudo buscará compreender os impactos da toxicidade desses plásticos nas aves e seus filhotes. Segundo a pesquisadora, os efeitos podem variar desde intoxicações até distúrbios hormonais que afetem todo o ecossistema.

“Os impactos são diversos, tanto para as aves adultas quanto para os filhotes, pois o plástico pode interferir diretamente na alimentação, na reprodução e até na sobrevivência dessas espécies. Além disso, compromete a qualidade e a segurança dos ninhos, podendo levar ao emaranhamento das aves nesses resíduos ou à ingestão do plástico, causando danos severos ao ecossistema”, alerta Adrielle.

A pesquisadora relatou ainda ter encontrado um caranguejo, em um manguezal no Maranhão, preso em um emaranhado de plástico, sem conseguir se libertar.

“Por sorte, consegui soltá-lo. O plástico realmente mata, e precisamos de políticas públicas eficazes para lidar com essa poluição e minimizar seu impacto sobre as espécies e o ecossistema como um todo”, conclui.

Com informações da Agência Brasil

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