Participa de muitas entrevistas, mas nunca é contratado (a)?

 

Hoje vamos descobrir alguns possíveis motivos de não haverem contratações depois de participar de entrevistas. Muitos profissionais têm currículos excelentes, conseguem despertar o interesse do(a) recrutador(a) no chamamento para uma entrevista, são convocados, mas na hora de efetivar a contratação, a bendita não acontece. Em alguns casos, a empresa sequer posiciona sobre a negativa final do processo.

 

Esse é um problema quase geral. Então, se você passou por isso, calma. Vamos estudar alternativas ideais para vencermos essa questão. As causas podem ser várias, seja uma colocação mal elaborada, uma vestimenta não adequada ou a percepção do(a) recrutador(a) sobre a falta de interesse real do profissional na vaga. Diante desses três itens, o ponto mais crítico é o de colocações mal elaboradas. Assim, vamos falar especificamente sobre isso. Abaixo segue alguns modelos de expressões ditas por profissionais em entrevistas e como podemos transformar essas declarações:

 

“Mas tenho muita disposição para aprender”

 

Essa frase é um pesadelo para qualquer recrutador(a). Expressões como “posso aprender”, ou “tenho vontade de aprender”, ou “posso tentar”, quando o profissional vem de outro segmento, por exemplo, demostram que ele(a) ainda terá de passar por um processo de maturação até que consiga se encontrar na nova função. Esse tempo, quase sempre, as empresas não têm, por alguns motivos. O principal deles é que, em alguns casos, precisam de profissionais prontos para começarem imediatamente.

 

Para esse quesito, temos alternativas. Podemos deixar a mesma mensagem, mas de forma diferente e confiante:

 

“Eu venho de outro segmento, mas entendo que o princípio geral é o mesmo. Dessa forma, eu tenho a capacidade técnica que querem. Quando chegar em casa agora, depois da nossa conversa, vou estudar tudo sobre o segmento novo, detalhar ideias e criar projetos e planos de ações para lhe apresentar. Posso ter essa oportunidade de apresentação?”

 

“Talvez essa mudança de um segmento para o outro seja boa porque posso trazer uma visão diferente para o negócio. Sei que muitas iniciativas que eu propor podem não ser as ideais, mas outras sim. Dessa forma, podemos criar um mix de conhecimentos, trazendo outras realidades para novas estratégias”.

 

“Não creio que esse seja um aspecto determinante para uma desclassificação. Imagino que em poucos dias posso entender o novo segmento e assim atuar com todas as minhas experiências em outras áreas de negócios”.

 

Essas são algumas afirmações interessantes e que geram muitas reflexões em quem entrevista. O que fizemos aqui foi falar a mesma coisa, porém, com outras palavras, agora com um impacto auditivo e imaginativo bem melhor.

 

O grande segredo em um processo de recolocação, na etapa de entrevistas, é conseguirmos trabalhar a mente de quem nos selecionou para estarmos lá. Fazendo isso, certamente conseguiremos alcançar um bom resultado.

 

“Sonho com o meu negócio próprio daqui a alguns anos”

 

Sobre isso, há controversas. Alguns especialistas afirmam que dar uma declaração assim mostra o sangue empreendedor do(a) profissional e que isso pode contribuir positivamente para o processos seletivo. Por outro lado, outros especialistas afirmam que ninguém gostaria de contratar alguém que vai passar apenas um tempo e depois voar para o negócio próprio, pois assim não poderá treinar em médio e longo prazo, e preparar o(a) profissional para os desafios futuros da empresa. Qual tem a razão? Os dois?

 

Vendo isso, realizei uma pesquisa independente com as 12 principais empresas de consultoria em recrutamento e seleção dos Estados Amazônidas em um universo de 182 recrutadores(as) de organizações privadas da Indústria, Comércio, Serviços de pequeno, médio e grande porte, e também entidades do Terceiro Setor. Ela nos mostrou que a cada 10 recrutadores(as), 07 não contratariam alguém que diga que o seu objetivo real é ter um negócio próprio.

 

“Eu acho.”

 

As expressões de dúvidas sempre geram a falta de segurança em qualquer diálogo. Um cliente para comprar um produto precisa se sentir seguro. Um casal para se casar precisa se sentir seguro. E não é diferente em uma entrevista de trabalho. As declarações como “Eu acho..”, ou “Não sei se consigo, mas vou tentar”, “Talvez sim”, não criam confiança no discurso. Mesmo que o que esteja sendo dito seja a realidade, podemos mudar essas expressões para transformar a insegurança em um solo rochoso e firme. Veja algumas delas:

 

– Ao invés de “Eu acho.”, podemos usar “Eu creio que”

 

– Ao invés de usarmos “Não sei se consigo, mas vou tentar”, podemos usar “Tenho certeza que consigo, é questão de tempo”.

 

– Ao invés de usarmos “Talvez sim”, podemos usar “Acredito que pode ser possível sim”.

 

São expressões auditivamente diferentes, mas que dizem a mesma coisa. Porém, com uma nova roupagem. O que fizemos nada mais foi que transformar o negativo no positivo. Mas no fundo, no fundo, estaremos dizendo a mesma coisa.

 

E então? Vamos praticar?

 

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

 

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