A teoria dos septênios de Rudolf Steiner explica que, de tempos em tempos, somos cobrados por nós mesmos (ou seria pelo universo?) sobre o que estamos fazendo com a nossa vida e para onde estamos indo.
É João Ricardo quem fala para um grupo de jovens adolescentes participantes de um projeto social do MCI (Mentoring Coaching Institute) que visa aflorar neles a capacidade de sonhar, de desenvolver um propósito e de trabalhar por isso. Alguns destes jovens são o Rafael, a Maria e o Samuel. João relata a sua trajetória, de uma família simples a uma condição de empresário bem-sucedido hoje, tendo se reerguido depois de ter quebrado duas vezes.
João brinca dizendo que a mulher já declarou que aguentou com ele duas quebras, mas que não suportaria a terceira. Jovens como David, Dhemilly e Milena acham graça e, talvez, tenham em João uma história inspiradora. Para boa parte deles, faltam histórias inspiradoras. Nem todos têm bons exemplos na família e a realidade social é dura para a grande maioria.
Durante a fala de João, ele mesmo vai refletindo e cita uma passagem importante recente. Foi quando alguém perguntou para ele: “em que momento da vida você está?”. Foi uma pergunta simples, mas que provocou fortemente o João. A busca da resposta o levou a passar por um processo de autoconhecimento e de questionamentos, estendendo para uma preparação da sua empresa, para além da existência do próprio João. Foi uma guinada importante.
A teoria dos septênios de Rudolf Steiner explica que, de tempos em tempos, somos cobrados por nós mesmos (ou seria pelo universo?) sobre o que estamos fazendo com a nossa vida e para onde estamos indo. Isto costuma acontecer mais depois dos 42, 49, 56 anos e segue por aí, com a cobrança se intensificando cada vez mais. Steiner chama as últimas fases de inspirativa e de intuitiva. Estes momentos, algumas vezes, são desconfortáveis e podem ocorrer acompanhados de crises externas, que nos sacodem. É como se a própria vida desse um empurrão para nos levar para onde precisamos estar.
Ao falar de sua trajetória para jovens como a Ana e o Giovane, João trouxe de volta sonhos que ficaram para trás, o tal do mundo não vivido. Ao serem estimulados a sonhar, jovens como Luiz, Eduarda e Lorenzo colocaram sementes no invisível, o tal mundo onde tudo começa a existir. Um dia estes mesmas sementes darão frutos ou aparecerão cobrando a eles, que aí já serão adultos: “e aí, não vai fazer nada pelos seus sonhos?”
Como disse o gato, na história de Alice no país das maravilhas: “se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve”. Para o aplicativo de viagens as perguntas são: qual a sua localização atual e você vai para onde? Os tais pontos A e B, que se fala no coaching. Consciência de missão, desenvolvimento de propósito e criação de sonhos nos remetem para onde poderemos, deveremos ou queremos estar.
Descobrir a missão individual passa por visitar a nossa história e identificar os nossos talentos. Desenvolver um propósito é buscar o que toca o nosso coração e que é capaz de nos envolver emocionalmente, neste momento de nossa vida. Liberar os sonhos, sem economias, é começar a criar uma realidade que um dia poderá ser vivida. Vale para jovens como Miguel, Gustavo, Sthefani, Vinicius, Giovane e vale também para o empresário João Ricardo. Vale para quem está começando e vale para quem já está mais adiante no caminho. Vale para mim e vale para você, caro leitor.
Mas, antes de ir embora, preciso fazer para você uma pergunta: em que momento da vida você está?
Sobre o autor
Julio Sampaio (PCC,ICF) é idealizador do MCI – Mentoring Coaching Institute, diretor da Resultado Consultoria, Mentoring e Coaching e autor do livro Felicidade, Pessoas e Empresas (Editora Ponto Vital). Texto publicado no Portal Amazônia e no https://mcinstitute.com.br/blog/.
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