Tentar um cargo menor é viável em tempos de crise?

Nesse artigo, vou retratar, com perguntas e respostas, sobre dúvidas reais de profissionais que estão em busca de suas recolocações e que se sentem perdidos pelo que vêem e ouvem falarem.

O momento de crise e baixas de contratações é um período que requer muitas análises sobre a forma de buscar e concorrer às vagas. O contexto gera dúvidas em relação a como agir, o que fazer, como fazer e quais tipos de vagas se candidatar. Além disso, profissionais que possuem muita capacitação técnica temem que sejam vistos como caros em termos salariais, e que por isso sejam desclassificados/as. Esse cenário existe pelo fato das reduções de salários estarem sendo praticadas por muitas empresas, dificilmente optando por profissionais que possuem médias salariais altas.
(Foto: Reprodução/Internet)

Nesse artigo, vou retratar, com perguntas e respostas, sobre dúvidas reais de profissionais que estão em busca de suas recolocações e que se sentem perdidos pelo que vêem e ouvem falarem.

Mas antes disso, precisamos nos livrar de todos os conceitos e mitos que lemos por todos os lugares. Essa confusão de entendimento é criada por tantas recomendações do que é certo ou errado. Um especialista fala uma coisa, outro fala outra, , outro fala outra, outro fala outra, e assim por diante. O resultado disso é que no final não sabemos o que realmente é para fazer. Então, vamos esquecer tudo isso e recomeçar.

Devo me candidatar para vagas menores?

Essa pergunta foi feita pelo Carlos, um profissional com o perfil de funções como Coordenador de Logística. Pela dificuldade que está tendo no seu processo de recolocação, cogitou a ideia de tentar concorrer para vagas como Auxiliar de Expedição.

Nesse contexto, não é recomendável. A vaga de Auxiliar é muito distante de uma vaga de Coordenação. Os perfis são completamente opostos. Assim, para quem vai receber o currículo do Carlos com foco em Auxiliar de Expedição, não haverá qualquer sentido e quase impossivelmente será selecionado.

Entretanto, temos outro cenário que precisa ser considerado. Vamos imaginar que o Carlos tem um nível profissional de Coordenador e se candidata para vagas de Supervisão, que tecnicamente é considerada um nível abaixo da Coordenação. Nesse contexto, não há problema pois são funções que caminham juntas e muitos requisitos de uma atendem a outra.

Vamos abrir um cenário possível? Se o Carlos quisesse se candidatar para vagas de Direção, também não seria recomendável. Normalmente cargos de direção possuem perfis e requisitos diferentes do nível de Coordenação. No entanto, se for para uma empresa de menor porte, vagas de direção podem corresponder ao mesmo nível de trabalho de vagas de Coordenação em empresas de maior porte. Assim, cabe fazer.

Devo baixar a minha pretensão salarial?

Sim. Com o momento da crise, temos dois cenários: empresas que estão se aproveitando do momento para achatar salários e empresas que tiveram seus faturamentos reduzidos drasticamente e baixaram salários pelo motivo de não terem como pagar mais.

Considerando esse dois fatores, a adaptação necessária para a realidade atual do mercado é projetar a pretensão salarial abaixo da média normal que acontecia há 5 ou 6 anos atrás. Na região amazônica, por exemplo, temos uma projeção salarial de 20 a 35% menor do que a tabela nacional salarial. Então, vamos criar um exemplo prático disso:

Exemplo: se a tabela salarial tiver a indicação que uma função recebe 3.000,00 – três mil reais, e colocarmos a projeção de 20% menos, devemos inserir a pretensão salarial de 2.400,00 – dois mil e quinhentos reais.

Cada região tem uma realidade diferente relacionada à Tabela Nacional Salarial. Assim como a amazônica tem de 20 a 35% menos, outras possuem até de 40 ou 50%, como a do Nordeste.

Devo omitir cursos que possam criar a sensação que sou um/a profissional caro/a?

A omissão de informações nunca é recomendável, independente do contexto. Se isso for praticado e depois houver descobertas das informações reais, há a possibilidade do/a recrutador/a ou gestor/a da vaga se sentir enganado e criar uma visão negativa sobre o profissional.

Dessa forma, todas as informações devem constar sim, desde que estejam adequadas à função. Vamos a um exemplo prático?

Exemplo: Fabiana quer concorrer para uma vaga como Engenheira Ambiental. Há alguns atrás, ela fez um curso de Marketing. Nesse caso, não há necessidade efetiva para esse curso estar no currículo dela, pois são áreas completamente diferentes. A única possibilidade existe para que esse curso seja inserido é a possibilidade da empresa ser vendedora de produtos ambientais, por exemplo. Fora isso, não.

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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