Nesse artigo vou abordar alguns pontos fundamentais para decidirmos se realmente devemos ir nessa direção ou não.
A mudança de Estado é algo buscado por muitos profissionais, seja pelo desejo de experimentar novas culturas, empresas e metodologias organizacionais, ou até mesmo por frustrações ocorridas em sua cidade atual. Apesar de haver um certo nível de complexidade de fazer isso na prática, é possível que se torne realidade.
De certa forma, há um nível significativo de dificuldade para conseguir alcançar esse objetivo. Alguns dos motivos são a alta oferta de profissionais no mercado (que faz com que as empresas escolham por alguma pessoa local, para que não haja os custos com transferências), e as pretensões salariais que, normalmente, são menores em profissionais da cidade base da empresa. Além desses motivos acima, também há algumas organizações que, por cultura própria, optam por contratar mão-de-obra local. Mesmo com todas essas variáveis, a migração de uma localidade para outra é algo possível.
Dentro desse contexto, há dois nichos de profissionais: os que possuem cursos específicos (que acabam forçando a empresa a levarem eles) e os que estão em áreas com muitos profissionais concorrentes, como a Administrativa, Comercial, Financeira e tantas outras.
Nesse artigo vou abordar alguns pontos fundamentais para decidirmos se realmente devemos ir nessa direção ou não.
É viável fazer nesse momento de poucas vagas?
A viabilidade desse tipo de objetivo aumenta quando a vaga requer algum conhecimento específico, que poucas pessoas possuem. Se a vaga em questão se tratar de uma área com muitos profissionais disponíveis, o nível proporcional de concorrência é muito alto. Assim, a tendência é que não gere o resultado esperado. Vamos a um exemplo prático disso de algumas vagas que poderíamos ver isso de uma forma mais clara?
– Analista de marketing digital: por ser uma área relativamente nova, há poucos profissionais especialistas no assunto. Isso acaba fazendo que empresas procurem talentos na cidade local e também em outros estados. Considerando isso, a probabilidade de contratação de um(a) profissional de outra localidade aumenta de forma significativa.
– Desenvolvedores Front e Back End: como uma área em ascensão, também registra um grande déficit de profissionais em todo o país, o que também força empresas a buscarem em outras regiões, diferentes da sua localização atual. Acaba sendo uma área que transfere muitos profissionais, o que aumenta a chance de contratação de um lugar para o outro.
– Analista financeiro: por ser uma área tradicional, há muitos profissionais disponíveis no mercado. Sendo assim, há muitos concorrentes em processos seletivos. Isso diminui a probabilidade de contratação de um(a) profissional de outra localidade.
– Compradores(as): também é uma área com muitos profissionais disponíveis. Há dificuldade para a mobilização de contratações de um lugar para o outro. Salvo em alguns casos de empresas com a atuação muito específica, como a de engenharia aeronáutica e algumas outras, há pouca probabilidade da empresa escolher por um(a) profissional de outra cidade.
Como devo buscar vagas em outros Estados?
Para esse tipo de procura o formato se diferencia em relação a uma busca local. O ideal é que os contatos sejam feitos de forma pessoal e direta, seja através de redes sociais, ou contato direto com as empresas para se disponibilizar para as mesmas. Dentro desse contexto também podemos destacar:
– Headhunter regionais: esse público de profissionais normalmente tem acesso a muitas vagas locais. Em muitos casos, eles fazem a prospecção de profissionais para o preenchimento de posições em empresas. Esse levantamento pode ser feito através da própria internet, com um mapeamento das empresas que atuam no segmento, em cada região de interesse do(a) profissional.
– Gerentes de RH: são os profissionais que possuem as vagas de fato. Eles analisam e definem quem pode participar ou não, de acordo com o perfil. Podem ser achados através de redes sociais como LinkedIn, que concentra muitos(as) executivos(as) da área.
– Diretores regionais: são os profissionais que controlam as operações do início ao final. Sendo assim, também gerem muitos processos seletivos e pescas de bons profissionais, não só em nível local, mas nacional também.
Quem não buscar
Para buscar vagas em outro estado, precisamos entender que nossas energias e tempo devem ser canalizados da forma mais eficiente possível. Tudo que for usar muito tempo com tendência de baixo retorno, devemos deixar de lado. Sendo assim, considera-se alguns pontos em relação a quem não se deve buscar:
– Empresas de terceirização: normalmente as empresas que atuam com essa linha contratam profissionais operacionais, que, em boa parte dos casos, tem uma grande oferta de gente disponível. Isso acaba criando a condição de opção por profissionais locais.
– Empresas de menor porte: as empresas locais e de pequeno porte, em sua maioria, não escolha profissionais de outros estados, por alguns motivos. O principal deles é que os custos com a transferência tende a ser alto, o que se torna financeiramente inviável para esse grupo organizacional.
O que pode ser decisivo para uma empresa nos levar para outro Estado?
O fator decisivo para que uma empresa escolha alguém de outra cidade/estado é o conhecimento técnico específico. Há muitas áreas com falta de profissionais, por exemplo, na área de IA – Inteligência Artificial, Compliance, Manutenções de grande porte, direção e tantas outras.
Se o(a) profissional deseja migrar para outra localidade, o interessante é que haja a iniciativa de se especializar em alguma das áreas com escassez de profissionais.
E então? Para onde você quer ir?
Sobre o autor
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.
*O conteúdo é de responsabilidade do colunista