Quando é hora de pedir demissão?

Nesse artigo vou falar sobre vários parâmetros que servirão de direção para sabermos se estamos no caminho certo ou não.

Em momentos de crise como a que temos vivido nos últimos anos, falar de demissão parece um tanto absurdo, não é verdade? Entretanto, devemos considerar vários fatores variáveis, positivos e negativos para podermos abordar esse assunto. Dessa forma, conseguimos ter uma visão mais ampla e que seja fora do ambiente que estamos hoje.

A palavra demissão assusta, mas pode ser a libertação para novos caminhos, projetos de abrir um negócio próprio ou do tempo para termos acessos a novas oportunidades no mercado de trabalho, que paguem melhor, que criem melhores condições de crescimento e nos faça bem.

Nesse artigo vou falar sobre vários parâmetros que servirão de direção para sabermos se estamos no caminho certo ou não.

Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay

Irritação por qualquer coisa

Quando o(a) profissional começa a ter irritações por motivos banais, um dos motivos pode ser um ambiente de trabalho tóxico, problemático e adoecedor. Mesmo que a pessoa precise do emprego, pode ser um grande risco até mesmo para a vida com a possibilidade de desenvolvimento de doenças cardíacas, mentais e físicas.

Mesmo que o pedido de demissão seja a forma ideal (numa visão técnica e de saúde) para esse tipo de caso, precisamos considerar os profissionais que não possuem reservas financeiras no momento para fazer isso e aguardar até conseguir um novo emprego. Nesse caso, o ideal é que seja estabelecido um tempo-prazo para que continue na empresa atual, mantendo paralelamente (“por fora”) a busca de uma nova oportunidade.

O fator mais importante a considerarmos é que, quando isso está acontecendo, as irritações não ocorrem somente no ambiente de trabalho, mas também no familiar. Se isso estiver acontecendo de fato, precisamos refletir.

Esse fator é o mais preocupante pelo fato de ser um grande gerador de separações de casais, violências contra filhos(as) e até mesmo a perda de amigos. Tudo isso causado pela piora do comportamento, que reflete diretamente nas relações pessoais.

Acúmulo de trabalho sem aumento salarial

Com a tentativa de reduzir custos e recuperar as perdas financeiras que os dois anos de Covid-19 causou, muitas empresas estão reduzindo salários e outras dando responsabilidades duplas para profissionais. Quem antes atuava em uma função, pode estar sendo sobrecarregado com duas ao mesmo tempo após a demissão de outros profissionais. Sobre isso, o que normalmente vem ocorrendo é que há o acúmulo de funções, mas não o aumento salarial, mesmo que seja mínimo.

Dessa forma, o profissional que está nesse contexto tende a adoecer, seja fisica ou emocionalmente. Com o tempo, naturalmente começará a ter reações adversas devido o aumento de preocupações, estresses e cobranças por resultados maiores. 

Se isso estiver acontecendo de fato, também precisamos avaliar se é ideal continuarmos na atual empresa.

Sentimento de tédio no horário de trabalho

Você vai para o trabalho e tem um terrível sentimento tédio, seja por repetição ou sem algum motivo específico? Se a rotina tem deixado você nesse ponto, é um sinal de alerta sobre a saúde emocional. Quando não há a sensação de alegria e empolgação num dia de trabalho, podemos começar a analisar se essa rotina realmente tem nos feito bem.

Alguns fatores como a falta de vontade de fazer o trabalho que sempre foi feito e a procrastinação (deixar tudo sempre para depois) também devem ser considerados como tédio, pois é um sistema desencadeado pela origem do tema.

Preciso crescer e não vejo mais como

Você já viu casos de profissionais que passam anos e anos numa função e, mesmo estudando para subir, nunca recebe uma promoção? E quando abre aquela nova vaga superior ao cargo atual e a empresa busca o profissional de forma externa? São dois sentimentos terríveis, não são? Terríveis e que deixa bem claro que nesse lugar não podemos mais ficar. Quando não há mais o espaço para o crescimento, podemos considerar que temos perdido um tempo que poderia ser usado para o crescimento em outra organização.

Há também os casos de profissionais que atuam em empresas de menor porte e chegam ao cargo máximo da empresa, entretanto, mesmo assim, quer mais e ir além. Nesses casos, também é válido avaliarmos se devemos continuar.

Em todas as situações que falei acima, precisamos avaliar que largar tudo de uma vez não é a melhor saída, considerando que temos necessidades básicas a serem supridas, como alimentação, educação, vestuário e afins. E isso será mantido pelo salário atual, mesmo que na empresa

Sobre o autor

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Comentarista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

*O conteúdo é de responsabilidade do colunista 

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