O que pode acontecer com o mercado de trabalho após o fim do covid-19

“Precisamos fazer algumas observações que podem nos tranquilizar se pensarmos no futuro próximo.”

Carteira de Trabalho. (Foto:Divulgação/Agência Brasil)

O Covid-19, além de fazer um estrago na Saúde de muitos países por todas as partes do mundo, fez declinar boa parte da economia, e por consequência, a geração de empregos. Não foi diferente na região amazônica, que teve muitos congelamentos de vagas, outras com entrevistas realizadas a distância e algumas empresas fazendo demissões em massa para depois contratarem novamente.

Como qualquer assunto desconhecido, esse vírus ainda desperta muitas dúvidas e sentimentos de preocupação sobre o que vai acontecer depois de tudo isso, como a sociedade vai se comportar e, principalmente, como as empresas vão agir com os empregos que estão sendo perdidos nesse momento.

Para isso, precisamos fazer algumas observações que podem nos tranquilizar se pensarmos no futuro próximo, assim que esse período efetivamente passar. Muitas perdas serão recuperadas e outras se transformarão para outros tipos de demandas e vagas.


O que vai acontecer com os empregos perdidos durante a crise?

Essa é a principal incógnita em relação ao momento por parte de pessoas que estão perdendo seus empregos devido algumas empresas estarem suspendendo temporariamente as suas operações. A boa notícia é que a tendência é que alguns desses empregos voltem a existir, afinal as empresas que pararam temporariamente precisarão voltar às suas atividades para poderem sobreviver financeiramente. Para isso acontecer, precisam de pessoas.

Por outro lado, também temos as empresas que verão que a tecnologia pode substituir a mão-de-obra de algumas funções que antes existiam e que agora agem por aplicativos ou sistemas automatizados. Essa é uma realidade que precisamos estar preparados para lidar.

Algumas funções operacionais do comércio e indústria terão maiores índices de recontratações: vendedores, estoquistas, motoristas, caixas, operadores e outros. Dentro desse universo, temos algumas funções que poderão não ter recontratações, sendo, em maioria proporcional, atividades administrativas. Para entendermos de forma prática, é mais ou menos assim: a empresa que antes tinha um assistente administrativo ou telefonista para receber manualmente pedidos de comidas para entregas, agora teve que afastar esse profissional e buscar outra forma de receber os pedidos: aplicativos. Com esses aplicativos, os pedidos são registrados todos automaticamente, e com isso o(a) gestor(a) verá que precisará apenas da pessoa que já produzia os alimentos, afinal é uma função que não há como a tecnologia substituir. Dessa forma, a tendência é que esse assistente administrativo ou telefonista não seja recontratado.

Quais tendências de geração de novos empregos depois desse período?

Esse momento criou novas formas de pensarmos sobre os negócios de uma forma geral. Com isso, nos vimos obrigados a usarmos as ferramentas tecnológicas para tentarmos suprir as demandas de sobrevivência, principalmente, de comércios fechados nas mais diversas áreas. Assim, muitos empresários(as) perceberam que seus custos foram quase a zero se pensarmos na estrutura física que não estão mais usando nesse momento: energia elétrica, aluguel, manutenção predial e assim por diante. Considerando esse contexto, a probabilidade é que muitos vão migrar para o e-commerce, que o único custo é de armazenagem, distribuição e linhas telefônicas.

Essa mudança traz várias demandas, principalmente de profissionais de marketing digital, que terão um papel fundamental nas estratégias de vendas desses negócios que criarão suas novas formas de atuarem. Além disso, vendedores digitais também terão um grande aumento de demanda.

O que voltará a crescer e o que vai encolher?

A Indústria e o Comércio serão os dois principais segmentos que voltarão a crescer, tanto economicamente quanto em geração de empregos e indiretos. A área de Serviços não se encaixa proporcionalmente nesse contexto porque a maioria já era praticada a distância, o que não mudará muito no período pós-pandemia.

As áreas da Saúde e serviços de entregas, que são as que mais têm tido crescimento de demandas de profissionais, terão queda devido à ordem lógica de negócios: muitos restaurantes, por exemplo, vão optar por voltarem suas atividades físicas, da mesma forma que outros não. Os que optaram por voltarem não terão mais o mesmo nível de demandas de entregas deliverys. Logo, alguns profissionais que estão hoje atuando com as atividades de entregas podem ser dispensados. Na Saúde, a demanda de cuidados emergenciais, como tem sido nesses últimos meses, cairá e voltará ao formato normal.

Outro mercado que tem grande probabilidade de crescimento é o de Saúde e Bem Estar, que será um tema visto com maior atenção por partes do público consumidor em geral. Os cuidados com a Saúde aumentarão significativamente e isso vai alimentar toda a cadeia do setor: da fabricação de produtos até as vendas dos mesmos.

| Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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