O que não se deve ter em um currículo

“Precisamos nos preparar desde já com um excelente currículo no gatilho quando as contratações voltarem a aquecer no ritmo proporcional de antes”

A elaboração de um currículo é um dos grandes segredos para o início do processo de recolocação profissional. É o começo de tudo, o que pode definir a entrada na porta principal: a entrevista. Nesse momento de quarentena, que as empresas começam a projetar quando vão voltar a efetivamente as suas operações, precisamos nos preparar desde já com um excelente currículo no gatilho quando as contratações voltarem a aquecer no ritmo proporcional de antes.

Para isso, precisamos entender o que não se deve ter em uma elaboração, que muitas vezes podem nos desclassificar nos primeiros segundos de leitura por parte de quem estiver recrutando. Abaixo vamos falar sobre algumas táticas para isso:

(Foto:Divulgação)

Descrições da mesma forma (cores e fonte)

Os três principais pontos vistos no primeiro segundo de leitura de um(a) recrutador(a) ou gestor(a) de área são: nome de empresa, tempo que passou e a função em si. Por isso, devemos ficar atentos aos destaques nesses três pontos, eliminando a igualdade de descrições, cores e fontes. Vamos a um exemplo prático disso?

Descrição 1:

Rede Amazônica

Assistente Administrativo

Rotinas administrativas de contas a pagar e receber.

Rotinas administrativas de compras

Atendimentos a fornecedores e clientes

Controle de notas fiscais

2018 a 2020

Descrição 2:

Rede Amazônica

Assistente Administrativo

– Rotinas administrativas de contas a pagar e receber

– Rotinas administrativas de compras

Atendimentos a fornecedores e clientes

Controle de notas fiscais

2018 a 2020

No exemplo da Descrição 1, levamos em média 4 segundos para acharmos os três pontos focais. No exemplo da Descrição 2, levamos um segundo para ligar os destaques visuais em negrito. Nesses 3 segundos de diferença de leitura do exemplo 1 e 2, se o processo seletivo estiver sendo feito de maneira rápida, podemos ser deixados para depois. Esse tempo de 3 segundos de procura por informações cria a fadiga de entendimento já no início da leitura e isso pode ser determinante para a desclassificação no processo de triagem.

Capa

Esse fator não é mais usado em currículos. Há alguns anos atrás, se usava muito em trabalhos de escola ou faculdade. Hoje não mais também. A capa cria um espaço a mais de cansaço de leitura. Para o(a) recrutador(a) ter acesso às informações de maneira rápida, terá ainda de virar a página para poder começar a ler. Isso significa que, se a colocarmos, teremos um espaço desnecessário sendo ocupado, afinal as informações que haverá nela será as que já estão no currículo (nome, descrição de “Curriculum Vitae”, telefone de contato ou outros).

Experiências muito antigas

Esse item é focado para profissionais que têm muito tempo de experiência profissional. Em algumas situações, por ser uma empresa muito reconhecida no mercado, muitos inserem essas informações de maneira prolongada. Um exemplo?

João trabalhou na Rede Globo de 1990 a 1998. Por serem cinco anos, é uma experiência interessante para expor, entretanto, pelo tempo não criará mais atratividade em quem estiver recrutando. Nesse caso específico, o ideal é que o(a) profissional deixe mais expostas as três ou quatro últimas experiências e todas as outras inseridas em um espaço chamado “Outras Experiências”. Isso não se dá por algum motivo de preconceito, mas sim pelo fato de uma atividade desempenhava há muitos anos atrás, hoje ser outra, com outro contexto, outra realidade e rotinas diárias. Com a mudança de tempos para tempos, as funções mudam e isso deve ser considerado como fator primordial para a exposição no currículo.

Cursos ultrapassados no tempo

Também devemos ficar atentos aos cursos que são ultrapassados no momento atual. Um curso de datilografia, por exemplo, é um deles. Um curso de ISO 9001:2008 é outro exemplo real disso. A versão atual da ISO 9001 já está na :2015. Assim, antes de inserimos os cursos que realizamos, precisamos entender o mercado e identificar o que já está ultrapassado ou não. Se deixarmos alguma informação muito antiga, sem nenhuma necessidade no cenário atual, ocuparemos um espaço desnecessário, que poderia ser usado para alguma descrição de impacto.

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.

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