O que não deve ser falado em uma entrevista

“Colocações que precisamos ficar atentos para que não possamos transmitir uma mensagem equivocada sobre o nosso perfil ou algo que possa afastar quem estiver nos recrutando”.

Não existe uma fórmula exata ou mágica para citações ou afirmações que devem ser feitas no momento de uma entrevista. Entretanto, há colocações que precisamos ficar atentos para que não possamos transmitir uma mensagem equivocada sobre o nosso perfil ou algo que possa afastar quem estiver nos recrutando.

Entrevista de emprego on-line. (Foto:Divulgação)


Em alguns momentos, podemos imaginar que algumas frases de efeito podem impressionar ou que posições fortes podem nos deixar em vantagem em relação a outros candidatos, mas nem sempre é assim. Algumas interpretações são realizadas de maneira diferente do que imaginamos. Por isso, nesse artigo vamos citar alguns exemplos práticos sobre isso.

“Quero passar em concurso”

Passar em concurso público é o sonho de muitas pessoas, entretanto falar isso numa entrevista pode gerar a desclassificação imediata. Isso pode ocorrer porque normalmente quem ouve isso pode pensar que o profissional em questão passará apenas um tempo na empresa e que, na primeira oportunidade de passar numa prova, sairá e deixará o trabalho na mão. Algumas interpretações podem surgir nesse quesito por parte de quem recruta:

“O verdadeiro objetivo dessa pessoa não é estar aqui no mundo organizacional privado. Então por qual motivo eu contrataria alguém que quer passar apenas um tempo aqui?”

“Por que eu contrataria alguém que não tem a visão de médio e longo prazo na função e na empresa?”

“Contratar essa pessoa pode ser um erro. Ela pode nos deixar a qualquer momento”.

“Se eu contratar, em quanto tempo será que ela vai embora?”

Algumas interpretações surgem por afirmações realizadas. Numa entrevista, que é um momento extremamente delicado, qualquer deslize pode nos tirar do processo seletivo. Por isso, falar em concursos públicos é uma opção descartada.

“Logo logo quero estar com o meu negócio próprio”

Esse fator divide opiniões de muitos profissionais do mundo do recrutamento e seleção. Alguns afirmam que a colocação mostra determinação do profissional para a vida, pensando em ser o próprio patrão. Outros afirmam que a colocação mostra que o profissional não se dedicará integralmente para o emprego/função, pois quem idealiza ter um negócio próprio, a qualquer momento, pode fazer trabalhos por fora e que pode deixar a empresa no primeiro bom negócio fechado com algum cliente.

Ao mesmo disso, pode haver também situações que a pessoa de seleção pode perguntar se a pessoa tem interesse de ter o negócio próprio por dois motivos:

– para saber se o profissional em questão realmente tem interesse de, com o tempo, deixar a empresa.

– para saber se o profissional em questão tem real noção do que é um negócio, impostos, encargos, obrigações junto ao Poder Público e formas de faturar financeiramente.

Essa última opção é muito praticada com profissionais ligados à área comercial. Dessa forma, a pessoa que está avaliando verá como o profissional pensa em gerar renda e vendas para o negócio.

“É, posso tentar”

Qualquer afirmação que não transmita segurança durante o processo de comunicação com quem estiver recrutando pode resultar em desclassificação. “Eu acho”, “É, posso tentar”, “Acho que consigo” são algumas delas.

Sabia que temos opções de falar a mesma coisa de forma positiva. Vamos ver alguns exemplos práticos disso?

“Eu acho” pode ser transformado na colocação positiva por “Creio que sim”.

“É, posso tentar” pode ser transformado na colocação positiva por “Vou tentar e vou conseguir, estou certo disso”.

“Acho que consigo” pode ser transformado na colocação positiva por “Se eu tentar, eu consigo, com certeza”.

Percebeu que a segunda opção sempre é melhor aos ouvidos? Por mais que diga a mesma coisa que antes, transformamos em um cenário afirmativo, que transmite confiança e segurança.

“Trabalha aos finais de semana? E qual é o salário?”

Esse ponto é bem controverso também, no entanto, ele se torna negativo para o profissional quando essas são as primeiras preocupações. Alguns candidatos perguntam já início da entrevista. Com isso, mostram que estão mais preocupados com eles do que com a empresa, que deve ser o foco nesse momento.

Uma pessoa de seleção ou gestor/gestora de uma empresa quer ouvir afirmações como “Se precisar trabalhar aos finais de semana, eu trabalho, não tenho problema com isso”, mas como isso é uma utopia, afinal tem profissionais que têm filhos, pais e mães que cuidam, ou outros compromissos, podemos pensar em usar essa frase como impacto quando, aos finais de semana, não tivermos compromissos integralmente necessários.

Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular

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