“Nem sempre as funções realmente deixam de existir como ouvimos tantos falarem por aí, mas sim começam a se transformar em outros tipos de atividades.”
As mudanças que vemos ocorrendo todos os dias no mercado de trabalho nos surpreendem, principalmente em funções que deixam de existir e labutas que são substituídas por máquinas. O outro lado dessa visão nos mostra que nem sempre as funções realmente deixam de existir como ouvimos tantos falarem por aí, mas sim começam a se transformar em outros tipos de atividades. A sequência lógica é que possamos seguir essas reviravoltas. É difícil? Nem tanto.
Você já deve ter ouvido que a função de Caixa deixará de existir daqui a alguns anos devido a automatização de pagamentos, não é mesmo? E isso é verdade. Maaaaas…. sempre há uma boa alternativa para migrar a função de uma para a outra.
Vamos a um exemplo pratico disso?
Um/a caixa trabalha com atendimento ao cliente. De certeza forma, há uma relação com a área comercial. Por que esse/a profissional não pode migrar e ser o/a vendedor/a dessas máquinas que vão substituir a mão-de-obra de recebimentos em caixas?
Vamos a outro ponto: mesmo que o/a profissional não queria trabalhar com as vendas dessas máquinas, quem vai montá-las? Quem vai fazer suas manutenções? Quem vai recolher suas informações tecnológicas? Todos esses exemplos são alternativas de migração de profissão.
Por isso, nesse artigo vamos falar sobre essas mudanças, mostrando os caminhos que podemos seguir se nossas profissões estiverem ameaçadas com os avançados tecnológicos que presenciamos todos os dias.
Criando links entre áreas relacionadas
O primeiro ponto para criamos um plano de ação de sobrevivência às mudanças de mercado é identificarmos se o nosso tipo de atividade pode ser substituída por robôs ou outras ferramentas como softwares. Se constatarmos algum tipo de ameaça, precisamos começar a ligar os pontos. Exemplos?
Exemplo 1:
Operadores de telemarketing: com a automatização de atendimentos, a tendência é que demissões ocorram. Entretanto, esses mesmos profissionais podem migrar para áreas como vendas, relacionamento com o cliente, compras – que também envolve negociações e tantas outras. Um operador de telemarketing pode ser, por exemplo, um Assistente de Relacionamento, que faz atendimentos ativos e passivos, sempre resolvendo problemas.
Exemplo 2:
Contadores: essa classe também sofre uma grande ameaça depois que sistemas contábeis foram desenvolvidos, substituindo a atividade operacional da profissão. Entretanto, profissionais de contabilidade podem migrar para áreas até mesmo de Estoque/Almoxarifado, que tem um grande ritmo de atividades de conferências para identificações de divergências ou fraudes. Um/a contador/a pode ser um excelente Analista de Estoque. Com isso, fará controle notas fiscais, controle fiscal e contábil de importações, exportações, liberações de cargas e outras atividades semelhantes. Além disso, também há a oportunidade de continuar na área administrativa, não mais fazendo o operacional contábil, mas o administrativo de conferências entre Sistema X Realidade.
Analistas de investimentos: de 2000 para cá, mais de 50% das operações de ações foram substituídas por robôs com algoritmos potentíssimos que identificam as principais tendências de mercado, e com isso operam quase como humanos. Mas qual a área relacionada a esse tipo de função que pode ser exercida em outro contexto? A de consultor/a financeiro/a de empresas, gestores administrativos financeiros e de custos. Profissionais de investimentos entendem muito bem de números e isso gera a oportunidade de trabalhar em setores financeiros organizacionais com o controle de informações, custos, análises de novas aquisições de produtos, serviços, equipamentos, máquinas e etc. Além disso, também há o mercado de elaboração de planos de negócios para empresas de pequeno porte, que sofrem com essa falta de atividade no mercado.
Os três exemplos citados acima são poucos diante das tantas mudanças que vemos ocorrendo. Mas com eles, conseguimos ter uma ideia de como relacionar a nossa área atual de atuação com outros tipos de funções.
Mudança de uma área para a outra completamente diferente
Muitos profissionais idealizam mudanças de uma área para a outra, mesmo que não tenha relações de atividades parecidas. Isso é possível? Sim, é, e o passo-chave para isso é investir na capacitação para um mercado que ainda não é tão explorado na região que vivemos.
Exemplo? Em toda a região amazônica temos um problema sério de falta de profissionais de Manutenção de Equipamentos Pesados. Esses profissionais são disputados braço-a-braço pelas empresas. Se, por exemplo, eu sou um Assistente Administrativo e quero migrar para outra área diferente para poder ter uma oportunidade, essa é uma alternativa interessante. Se eu, como assistente administrativo, não me identificar com esse tipo de atividade, posso estudar outras. Uma coisa é certa: há falta de profissionais para muitas áreas em nossa região e isso precisa ser o nosso campo de atuação e foco, se o objetivo for a mudança total.
Conhecimento específico que poucos têm
A lei de mercado é simples: baixa oferta de profissionais, altos salários. Muitas ofertas, baixos salários. Quem tem algum conhecimento específico normalmente é muito bem pago. Vamos a mais um exemplo prático disso?
João é um profissional de marketing e vê que o seu tipo de atuação está saturada, com muitos profissionais no mercado e a concorrência muito alta em processos seletivos. Com isso, começa a listar as áreas relacionadas que pode migrar e acha uma interessante: o e-commerce. Com isso, decide fazer um curso específico na área, envolvendo estratégias de negócios digitais.
Ele agiu corretamente? Com toda a certeza. João decidiu migrar para uma área relativamente nova em relação à oferta de profissionais no mercado. Os negócios digitais ainda são uma incógnita para muitos profissionais da área e a sua decisão vai lhe fazer sair na frente de muitos outros concorrentes. O resultado final: João provavelmente vai ser disputado por empresas que possuem plataformas de vendas online.
Gestão de carreira/imagem
Essa expressão nos projeta para um pensamento de algo caro, não é mesmo? Mas sabia que uma gestão de carreira pode ter zero de custos? O primeiro passo para isso é criar redes sociais profissionais, não pessoais com cunho de publicações particulares, mas que falem da sua área, que promova o seu conhecimento e as suas atividades como profissional.
Muitos profissionais têm receio dessa exposição, entretanto se o nosso foco é chegar ao topo, temos que estar expostos, de uma forma ou outra. Em redes sociais, é uma maneira em conta e com um alcance inimaginável.
Flávio Guimarães é diretor da Guimarães Consultoria, Administrador de Empresas, Especializado em Negócios, Comportamento e Recursos Humanos, Articulista de Carreira, Emprego e Oportunidade dos Jornais Bom Dia Amazônia e Jornal do Amazonas 1ª Edição, CBN Amazônia, Portal Amazônia e Consultor em Avaliação/Reelaboração Curricular.